quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Querer X Poder

Porque será que para algumas pessoas é mais difícil aceitar determinadas coisas do que para outras? É como se o início do pensamento, baseado no princípio da dúvida de Descartes, te fizesse repelir muitos dos padrões impostos pela sociedade moralmente corrompida em seu caminho já sem nenhum atrativo, totalmente maçante e monótono nos quais todos os dias são criteriosamente previsíveis. 
Há muitos que condenam a Livre Escolha porém, com a falsa moral que lhes é característica, pois todos nós independente de qualquer fator, temos intrínseco em nossa natureza algo que é instintivo, o elemento voluptuoso da reprodução; este que, desde os tempos mais remotos da existência humana "civilizada" foi associado ao imoral e indecoroso justamente porque as figuras publicas ou, que se destacavam de alguma forma no cenário social, tinham a obrigação de manter a postura e dar "bom exemplo" aos demais para que assim fossem respeitados pelos seus subordinados. Teve-se início então a vida carnal sigilosa, que atualmente vira escândalo com frequência quando vem à tona, à conhecimento de outros estúpidos que também possuem culpa no cartório.
A sociedade tem o péssimo costume de condenar o diferente; eu diria apenas, que é mais digno alguém assumir que curte seja lá o que for sexualmente falando, do que um padre que esconde sua falta de caráter embaixo da batina bem passada e ainda evidencia o "pecado" alheio. Infelizmente toda a população está sordidamente sucumbindo ao ímpeto fascinante de criticar o próximo apenas porque ele faz o que eles não tem a audácia de fazer, porém  se corroem intimamente por querer estar do lado oposto deste quadro.
Julgar cada movimento alheio é fácil quando o objeto da calúnia ousa assumir perante toda a platéia,  que o assiste em silêncio mortal esperando apenas que seja apontado pelo primeiro libertino oculto sob a capa hipócrita da moralidade que é covarde em demasia para expor suas próprias vontades e desejos.
Só quando se põe em dúvida tudo o que se foi suscitado e adquirido durante todo o seu desenvolvimento mental desde a infância é que se pode começar a ponderar para si mesmo o que lhe cabe ser certo e errado. Se o indivíduo puder por abaixo todos os pilares que sustentam seus conceitos e reconstruí-los sob uma base mais sólida então será merecedor da liberdade tangível que o auto-conhecimento lhe proporciona.
A razão deveria ter uma função quase nula, de apenas direcionar o resto do corpo quanto se trata de relacionamentos, para que a ebulição de sentimentos e o próprio corpo possam agir por vontade própria, não se prendendo à um corrompido código de ética e conduta que determina uma escolha específica. Somos julgados por ousar querer e, porque não ter tudo que se quer?

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