terça-feira, 27 de maio de 2014

Pormenores

Há momentos em que você se da conta que por mais que se tenha crescido como pessoa nunca se é sábio o suficiente; desconfio que alguém que demonstre exacerbada confiança em si mesmo à ponto de acreditar um conhecimento pleno de tudo, deva esconder em igual proporção inseguranças profundas mesmo que não se atente nem aceite esse fato.
Estamos em constante aprendizado e a cada dia novas lições são ensinadas, cabendo a nós estarmos atentos e alertas o bastante pra captar as mensagens que a vida suavemente transmite.
Hoje mesmo quantas coisas lhe passaram despercebidas, ocasiões que poderiam ter ensinado algo a mais sobre como viver ou conduzir melhor o cotidiano. 
Naturalmente só visualizamos os ensinos mais enérgicos, aqueles que a vida esfrega em nossos narizes e não nos deixa outra opção que não aprender e, embora hajam pessoas que ainda assim continuam apanhando e sofrendo com os mesmos erros, a cada dia estou mais convencida que nos detalhes também existe muito a ser aprendido e compreendido. Pequenos e corriqueiros fatos à que estamos constantemente alheios mas, que se fossem observados com um pouco mais de atenção nos trariam um crescimento interior mais intenso e eficaz.
Em tudo há uma oportunidade de aprender e, porque não, fazer diferente quando houver uma nova chance? Se utilizar do conhecimento e experiência adquiridos e fazer, pelo menos, para si um mundo melhor que, consequentemente se tornara melhor também para todos que estiverem a sua volta. As vezes é este "detalhe" que está faltando para que se passe para o próximo patamar de íntima evolução. É um ponto a ser ponderado.



"O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano
Isaac Newton

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Naquela Tarde

Com aflição, olha para os lados, tanta gente...tantas pessoas absortas em si mesmo...vivendo suas próprias vidas, presas em sua rotina... e sente com um ímpeto de desespero a verdadeira dimensão da sua solidão.
Caminha a passos lentos... sem destino, afinal não quer mais mesmo ter um... quer apenas se entregar pois não consegue enxergar um caminho para seguir... se dá conta de que o fim não é uma questão de "se" mas de "quando".
Nesse momento, sentado no banco um parque qualquer percebe que as lágrimas já não podem mais ser contidas e em soluços sente o peso da solidão; a vida então, pela milésima vez passa diante dos seus olhos e já não encontra forças para continuar lutando, a solidão chega a doer nos ossos de profunda a dor provocada por ela. Pensa em tudo que fez de errado, nas boas oportunidades que desperdiçou, no mal que causou mesmo sem intenção e nos sonhos há muito, abandonados. Em definitivo, sob os gemidos agoniantes da própria alma, se rende e aceita que tudo está acabado.
Então, desguarnecido e resignado, se levanta e vai embora sem se dar conta do que acaba de acontecer naquela tarde pálida de outubro.
Chegou ao extremo de si mesmo, à ponto de quase por fim a tudo com as próprias mãos, tamanha a angústia. Ao sentir a morte se aproximando, isolou-se e, sem saber, construiu uma fogueira interior com suas frustrações, fracassos e infelicidade e nela permitiu-se ser cremado lentamente. Destas cinzas produziu-se o poder de ressuscitar um morto, aquele "morto" que desconhecia que as lágrimas de um ser agonizante tem propriedades para curar qualquer tipo de doença ou ferida.
Ignora que passou por um doloroso processo de renascimento.Segue vazio sua insignificante existência, agora já sem se importar com o futuro. Vai, com o passar dos dias tomando decisões há muito adiadas pela quantidade de "se's" envolvidos e pelas possíveis consequências de tais atitudes afinal, já não tem interesse nenhum no seu futuro.
Um bom tempo depois, percebe que, ao não sentir se fez forte... ao não pensar, executou tudo que precisava ser feito racionalmente... ao não amar, amou a si mesmo como nunca!
Encontrou, pelo menos por hora, um ponto importante de equilíbrio entre seu coração e sua solidão... experiente sabe agora, que vez ou outra deve deixá-los falar pois há coisas importantes s serem discutidas pelos dois.
Renasceu... e ao renascer se permitiu... e quando finalmente se permitiu, encontrou o havia procurado a vida toda: o amor!