domingo, 14 de janeiro de 2018

O Tempo das Coisas

Cada vez fica mais claro que de fato tudo tem seu tempo e todas as as coisas estão interligadas. É assombroso como diversas situações podem ser "previstas" apenas analisando seu contexto... pensando bem ate mesmo as que são extremamente surpreendentes podem ser calculadas; cobrindo todas as possibilidades, a unica pergunta por responder seria apenas -Quando?
Se olharmos à volta e possivelmente até para nós mesmos podemos, em uma análise rápida, ponderar vários pontos sobre situações do nosso cotidiano... aquele relacionamento que há tempos dá indícios de seu fracasso, aquela pessoa que continua tomando decisões que a levam à lugares em que já disse não gostar de estar... mentiras, segredos, interesses... jogos que tem um desfecho bem definido se forem levados até o fim.
É difícil observar pessoas que amamos tomando caminhos e assumindo riscos desnecessários... mas isso faz parte de viver não é mesmo? Quantas vezes nós mesmos já tomamos decisões que outras pessoas consideraram insensatas? Tudo isso torna mais doloroso ainda ter que aceitar que todos são livres para fazer escolhas, o que tentamos ignorar ardentemente é que apesar disso ainda somos reféns das consequências... Quando não há mais nada a ser feito, essa é a hora de parar de tentar e deixar que o destino cumpra seu curso...
Abrir mão de um relacionamento também é amor, saber a hora de deixar a pessoa seguir seu caminho, esperar que encontre o seu melhor, desejar que seja feliz com suas escolhas... Talvez pior parte nisso tudo seja reconhecer que nem todos que amamos estarão conosco ao longo de toda a caminhada... como disse no início, tudo tem seu tempo...
Esse mesmo tempo molda as pessoas, muda as pessoas... O ser humano está em constante transformação, nossas mais variadas experiências, independente da intensidade, vão deixando traços que compõe a nossa personalidade e ditam nosso comportamento ao decorrer da vida; algumas coisas são facilmente alteradas porém as experiências mais profundas são as que de fato constroem nosso caráter. É necessária toda maturidade quanto possível para superar os fins e se abrir para novos começos, principalmente para pôr os fins necessários e criar os começos que queremos. Somos reféns somente das consequências de nossas escolhas, não de como as experiências nos moldaram.
Olhando apenas por esse prisma vamos estar presos em um loop de angustia e resignação, mas podemos escolher pensar como um passe de liberdade para ambos os lados. Liberdade que nos faz estar à vontade com nossas próprias escolhas e com as do próximo. 
Se algum dia a dor de aceitar que nós não somos 'os outros" vai diminuir? Não sei! Mas com o tempo aprendemos a respeitar esse espaço e deixar de olhar na direção que nos prende aos problemas das pessoas ao nosso redor.