segunda-feira, 28 de maio de 2018

Ensaio sobre a atualidade

As gerações posteriores à nossa estão a cada dia nos surpreender... Suas dúvidas, inquietações... seus medos... sua forma de tentar escondê-los... a maneira como agem com auto suficiência pra não admitir suas fraquezas...
Por vezes dá vontade de sorrir, um sorriso nervoso que procura disfarçar a descrença na humanidade... um dar de ombros que busca insistentemente não ter lidar com a triste realidade que nos está sendo imposta.
Posso apenas presumir que a nossa geração e a anterior falharam miseravelmente na criação dos seus filhos. Deixaram para a sociedade pessoas egoístas e não sabem o que é respeito mas reivindicam a sensibilidade para com eles,  exigem que tudo seja feito à sua maneira e nos seu tempo, não tem compromisso com a ordem ou com regras pois eles mesmos as criam, não dão ouvidos à nada e nem ninguém pois são "senhores do seu próprio destino"... no entanto, avessos à toda essa bagunça, ousam em falar em maturidade, responsabilidade e liberdade.
Horrivelmente vemos adolescentes oriundos dos mais diversos tipos de lares chegando totalmente despreparados pra enfrentar a "selva" da vida; vemos pessoas sem defesas, sem bases... sem visão de futuro... e lamentavelmente, com um futuro medíocre pré-definido. Se vê tanta vontade de fazer o que julgam ser certo e quanto mais tentam, mais se perdem a cada passo nas suas crenças e, as suas convicções intransigentes os leva a trilhar o tão temido caminho que trilharam os que vieram antes deles.
Se adaptar à vida adulta é difícil sempre, mas a maneira como lidamos com isso faz com que sejamos pessoas melhores...não para ninguém além de nós mesmos, porém acaba refletindo em nossas ações e em como interagimos com os demais. Amadurecer efetivamente, espelha para fora um caráter incontestável de alguém que constantemente aprende com seus erros e se esforça para fazer diferente, que traz uma personalidade inquieta em busca de frequente aprendizado, um espírito que não se conforma com a prostração e indiferença... 
Talvez tenha sido essa a sensação que nossos avós tiveram quando nos viram dando os primeiros passos na sociedade... De qualquer forma, parece que nada foi tão extremo quanto o que está acontecendo atualmente, estaríamos nós deixando como legado o produto de nossa fraqueza e desprezível existência? Ou estaríamos trabalhando arduamente para, como nossos antepassados deixar de fato seres humanos com valores éticos e morais capazes de se sobressair em meio a esse "mais do mesmo"? Estamos de fato sendo fortes, guerreiros e lutando e ensinando os nossos também por meio do exemplo? ou estamos mostrando o quanto ser fraco e incapaz na nossa sociedade tem sido recompensador?
É só um pensamento, me corrija se estiver errada, mas ao mesmo tempo que sabemos o que precisamos ser e fazer, mais aumenta a sensação de que não há espaço para comportar as pessoas que trabalham constantemente pela evolução, em busca de uma maturidade real. Talvez essa não seja a nossa época... nem o nosso lugar...
Quem sabe amadurecer seja isso, entender que a maturidade não demanda uma definição ao pé da letra... é estar em uma busca incessante pelo desconhecido, pelas novas experiências, é não se contentar com a limitação da finitude.