quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Percurso Árduo


Não há flores no caminho, o céu não está azul, o sol não brilha iluminando tudo, o pouco de água à beira da estrada é turva e lamacenta. Um cactus solitário ainda traz uma certa vida à aquele cenário desolador, onde a maioria das pessoas nem se imaginaria estar e, só o que se vê são quilômetros e quilômetros de nada. 
Se sente sozinho, pés descalços com feridas, sangrando as vezes, devido as subidas íngremes e as descidas bruscas. Dias como este influenciam diretamente no humor,  fazendo refletir melancolicamente sobre a brevidade da vida, sobre suas inúmeras perguntas sem respostas e a incerteza que faz questão de nos impor. No colo dois pares de olhos observam atentamente cada movimento daquela que consideram sua heroína. Cada palavra, cada passo dado é analisado minuciosamente e assimilado de imediato como percepção do que se passa influenciando diretamente em sua formação de base num todo. E são seres tão frágeis e fortes ao mesmo tempo, que asseguram um oásis em meio à esta terra árida e sem vida; sorrisos tímidos, olhares profundos e sinceros em sua felicidade quando vêem aquela que que chamam de princesa, beijos de amor e agradecimento fazem qualquer mulher se sentir única.
Todos os dias uma encruzilhada da vida, implorando pela escolha do melhor caminho; considerando que o fato de estar sempre caminhando não significa que não exista um medo incondicional do que advém dessas escolhas. Não há como saber qual a melhor decisão a ser tomada mas sabe-se apenas que a cada escolha todo seu futuro se altera em decorrência disso. Há um sem fim de possibilidades, basta tomar um dos caminhos e seguir. Impossível que alguém veja o outro seguindo só e imagine que sua luta diária seja fácil. O viajante por vezes seguidas é invadido por uma onda de desespero, tomado pela angústia, possuído pelo cansaço que o esforço de se manter caminhando a qualquer preço produz. Muitas adversidades surgem a todo momento em sua senda e isso  vai afetando seus conceitos, sua sanidade...até o devido instante em que a única coisa que deseja é descansar e, só não o faz porque muitos esperam por tal atitude e mesmo que quisesse parar o faria apenas se fosse de uma vez por todas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O que queremos afinal?!

A mais pura verdade é que, excetuando algumas garotas, as mulheres procuram para ter um relacionamento sério um amigo com quem possam ter relações sexuais e é essencialmente isso. Calma, já explico, nós mulheres temos uma tendência natural pela indecisão, nunca sabemos o que queremos ao certo, mudamos de ideia com uma facilidade irritante ao mesmo tempo que ninguém nos tira um conceito fixo da cabeça. 
Há muito tempo já se pergunta, afinal o que querem as mulheres? Ouso dizer, e digo isso porque toda mulher sabe, temos uma atração obscura por homens cafajestes, manipuladores, que nos fazem chorar, sofrer, se sentir culpadas e incapazes; Nos iludimos imaginando que um dia seremos tão boas e perfeitas que nos tornaremos a mulher da vida dele, aquela o fará dele o melhor homem do mundo. 
Eles nos manipulam descaradamente, cultivam e incentivam que corramos atrás deste ideal, mesmo sabendo que não irão mudar e não há nenhum indício de intenção para tal. O objetivo cruel e insensível é ter alguém à seus pés em todo o tempo. Incrível é como esse magnetismo infeliz nos prende e até hoje não sei explicar ao certo mas, diria que praticamente pode ser associado à Síndrome de Estocolmo. Algumas mulheres conseguem se libertar, outras levam tempo para isso e ainda tem as que passam a vida num desespero frenético porém inútil para consertar algo que já deu PT há muito tempo atrás; Acorda querida ele não vai mudar e cada vez mais vai te tratar mal se você permitir. 

Todas nós já passamos por uma situação assim, uma situação que estava definitivamente fora do nosso controle. As vezes estamos tão focadas na nossa batalha diária que não percebemos alguém melhor, um romântico inveterado esperando apenas um sinal para entrar na nossa vida e mudar tudo. Difícil é quando a pessoa dá abertura para isso o outro entra, descortina um mundo de possibilidades em sua frente e a pessoa retrocede; claro, é impossível começar uma história sem finalizar outra mas e se o click do "move on" nunca vier? É vida jogada fora, é tempo, é muito amor, (estúpido) mas ainda assim, amor dispensado a quem não merece.
O homem perfeito é aquele que muitas vezes deixamos pra lá quando escolhemos o "melhor para nós", é aquele que te dá carinho e atenção sem você pedir por isso, ele te ajuda com o serviço da casa, com os filhos (se tiver) e é perfeito nisso! Faz o café e te leva na cama, reconhece uma TPM te leva um chocolate e sai em silêncio porque sabe que não é o melhor momento; Te abraça quando precisa, é o ombro amigo quando dá aquelas crises de choro, pode deitar do seu lado e respeitar seu cansaço... este sim é um homem de verdade e só as mulheres de verdade vão saber do que estou falando. Ser valorizada pelo que é, pela inteligência, pelo caráter, pela fibra que se tem e não apenas ser mais um corpinho bonito, um objeto sexual como os "machões" costumam fazer, vai muito além do que se imaginou querer. Ser gentil e educado não faz de nenhum homem menos másculo, mesmo porque pode ser surpreendente o que se pode fazer quando se tem sentimento mútuo envolvido e não apenas de uma das partes. Em pouco tempo a mulher que teve ousadia para dar uma chance a si mesmo e se permitiu uma nova história vai descobrir a diferença entre "transar" e fazer amor, entre outras coisas. Atenção, amizade acima de tudo e cuidado recíproco fazem com que valorizemos mais um parceiro que seja compreensívo, alguém com que se possa conversar e contar independente de qualquer coisa, um amigo de verdade antes do amante, o resto é complemento. O amor é construído do TODO. Tenho dito.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sem Título

Andar com destino certo mas ao mesmo tempo sem destino algum, indo pra um lugar específico mas sem saber pra onde ir. Um soluço preso na garganta, uma lágrima pendente no canto dos olhos, um aperto no peito, um grito sufocado em meio a um sem fim de noites insones vivendo pesadelos que não passam ao acordar do breve sono alcançado; caminhar a passos largos pra um futuro incerto, tomar decisões que afetam terceiros, horas guerreiro horas um pobre indivíduo assustado buscando no infinito uma razão de ser. Sentindo a sinfonia da vida tocar em seus ouvidos porém sem compreender ao certo que sendo, provavelmente a única pessoa que a escuta, tenha tanto desgosto quanto a ela. Esperar mas, esperar pelo que?! Sabendo que o que há de vir pode ser apenas mais um elo irritante dessa cadeia, desse infeliz ciclo de humilhações e dificuldades. 

Auto-suficiência parece ser o necessário para que esta sede de perfeição e aceitação seja contida. Será realmente possível algum dia se livrar de traumas e feridas abertas devido ao caminho sinuoso, estreito e em precária situação que a vida tratou de traçar? Por vezes o vislumbre de um remanso ou de uma grama verde que faz com que tenhamos força pra caminhar até o próximo "oásis" mas, o que fazer quando estes pontos de tranquilidade interior se tornam cada vez mais distantes e raros? Como se nossa capacidade estivesse sendo testada ao limite. Voltar atrás é inadmissível, pior do que seguir em frente. Quando se há pelo que lutar é isso que nos mantém em pé, ademais se não fora tal coisa há muito os pés descalços e cansados teriam procurado um lugar à beira do caminho junto aos outros. 

Nesta caminhada solitária o cansaço é inevitável, o esgotamento profundo quase que incurável, tudo isso deixarão marcas intensas que irão doer por toda a vida, basta uma mudança repentina do clima interior, uma palavra ou um gesto do mundo exterior para que tudo venha à tona com a força de uma enxurrada levando consigo todo e qualquer sentimento de felicidade e trazendo consigo ondas de incertezas e medo de que tudo se repita.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Querer X Poder

Porque será que para algumas pessoas é mais difícil aceitar determinadas coisas do que para outras? É como se o início do pensamento, baseado no princípio da dúvida de Descartes, te fizesse repelir muitos dos padrões impostos pela sociedade moralmente corrompida em seu caminho já sem nenhum atrativo, totalmente maçante e monótono nos quais todos os dias são criteriosamente previsíveis. 
Há muitos que condenam a Livre Escolha porém, com a falsa moral que lhes é característica, pois todos nós independente de qualquer fator, temos intrínseco em nossa natureza algo que é instintivo, o elemento voluptuoso da reprodução; este que, desde os tempos mais remotos da existência humana "civilizada" foi associado ao imoral e indecoroso justamente porque as figuras publicas ou, que se destacavam de alguma forma no cenário social, tinham a obrigação de manter a postura e dar "bom exemplo" aos demais para que assim fossem respeitados pelos seus subordinados. Teve-se início então a vida carnal sigilosa, que atualmente vira escândalo com frequência quando vem à tona, à conhecimento de outros estúpidos que também possuem culpa no cartório.
A sociedade tem o péssimo costume de condenar o diferente; eu diria apenas, que é mais digno alguém assumir que curte seja lá o que for sexualmente falando, do que um padre que esconde sua falta de caráter embaixo da batina bem passada e ainda evidencia o "pecado" alheio. Infelizmente toda a população está sordidamente sucumbindo ao ímpeto fascinante de criticar o próximo apenas porque ele faz o que eles não tem a audácia de fazer, porém  se corroem intimamente por querer estar do lado oposto deste quadro.
Julgar cada movimento alheio é fácil quando o objeto da calúnia ousa assumir perante toda a platéia,  que o assiste em silêncio mortal esperando apenas que seja apontado pelo primeiro libertino oculto sob a capa hipócrita da moralidade que é covarde em demasia para expor suas próprias vontades e desejos.
Só quando se põe em dúvida tudo o que se foi suscitado e adquirido durante todo o seu desenvolvimento mental desde a infância é que se pode começar a ponderar para si mesmo o que lhe cabe ser certo e errado. Se o indivíduo puder por abaixo todos os pilares que sustentam seus conceitos e reconstruí-los sob uma base mais sólida então será merecedor da liberdade tangível que o auto-conhecimento lhe proporciona.
A razão deveria ter uma função quase nula, de apenas direcionar o resto do corpo quanto se trata de relacionamentos, para que a ebulição de sentimentos e o próprio corpo possam agir por vontade própria, não se prendendo à um corrompido código de ética e conduta que determina uma escolha específica. Somos julgados por ousar querer e, porque não ter tudo que se quer?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Some Words

Pessoas. Intenção.  Julgar.   Repulsa.    Conhecimento.     Conselho.      Bom.       Dar.        Vender.         Aparência.          Observar.           Longe. Falsa.  Moralidade.   Saber.    Inferno.    Vida.      Escolha.       Precipitar.       Desistir.        Fácil.         Fraqueza.          Agressão.          Gestação. Agressão.  Público.   Agressão.    Física.     Moral.      Ousadia.       Expulsar.        Vida.         Parasita.          Sentimento.           Extrair. Força.  Vital.   Sentir.    Lixo.    Pessoas.      Jamais.       Saber.        Guerreira.         Mulher.         Madura.           Lutar. Futuro.   Importante.    Vencer.     Contemplar.      Vitória.





Pensar ou Pastar?

"Conhece-te a ti mesmo..."  Sócrates

Desvendar as nuances do interior das nossas almas que refletem nas nossas ações, variações estas, que se expressam em forma de emoções, revelando um caos superficial, escondendo em si significados mais profundos. 
A eterna revelação da consequência que sempre esconde uma causa, quase sempre não percebida. Pelo simples fato de que o homem despreza ou ignora o que não lhe é óbvio. E dessa forma, segue vivendo como gado, maravilhando-se apenas com o pasto verde e abundante na sua frente, desconsiderando e aniquilando o senso crítico e a pontencialidade de compreender o mundo ao seu redor.
Por vezes é desafiado a se aventurar para além das porteiras e das cercas que delimitam sua zona de conforto mas, permanece inerte, estarrecido pelo medo do desconhecido, este que é tão atraente quanto perigoso. O perigo por sua vez é o que faz se exaurir por completo qualquer centelha de interesse; por fim contenta-se com sua pastagem garantida, do que arriscar e ousar a mudança.
Adestrado desde a infância pelas mídias, escola e religião, o homem-boi se fortaleceu e tornou-se uma criatura mansa e conformada com o ambiente e as condições em que vive, oferecendo a sua força de trabalho por um espaço na máquina, tornando-se assim, mais uma engrenagem do sistema. Tudo em troca de uns trocados, a fim de saciar a sua sede pelo consumo; fruto da própria influência ditatorial do sistema que o escraviza e do qual faz parte. Sem nunca se dar conta ou reagir a tal ciclo. 
Bastaria um vislumbre da sua condição de indivíduo, enquanto ser pensante e autônomo; 
Bastaria uma pálida ambição por algo mais digno e mais justo; 
Bastaria um olhar mais erguido, em direção ao horizonte ensolarado, para se questionar sobre a própria existência! 
Contudo, faz-se necessário decidir pensar; algo equivalente ao primeiro choro ao nascer, que faz os pulmões se encherem de vida - as boas vindas da natureza aos que decidem dar o primeiro passo à essa efêmera existência. 
Pensar e questionar deveria ser como respirar! Sobretudo duvidar. Conjecturar possibilidades de ângulos jamais imaginados. Valorizar perguntas sem respostas, e duvidar das possíveis respostas encontradas.
O homem que se submete à toda essa manipulação descarada imposta pelo meio em que vive e se sujeita à ela, claramente desconhece sua força; a força que há quando questiona pois, todas as definições encontradas até agora foram tomando consistência e dimensão a partir de outras mentes pensantes, ou não. Reside aí o enigma que envolve nossa lábil existência, na dubiedade, no ceticismo.
Porque se manter preso por vontade própria em um cercado imaginário? Vivendo delimitado por seus medos, insegurança e covardia, se alimentando da grama murcha e quase seca que está sob seus pés, adubada de forma relapsa com excrementos alheios, e causando uma desnutrição intelectual que pode se tornar fatal? Pra que  subjugar-se quando se pode de cabeça erguida dar um passo audaz em direção ao incerto e o desbravar com determinação?!