sábado, 27 de outubro de 2018

A mudança que eu quero... Ser!

Hoje determinada situação me levou a refletir com curiosidade sobre o quanto as mudanças nas pessoas estão desacreditadas em nosso tempo. O verbo "mudar" se tornou banal e sem significado, fazendo com que absorvêssemos parte desse sentimento de insignificância embora a palavra seja muito utilizada. Deixamos de sentir a relevância, o peso real e, passamos a querer 'ver' sem querer 'ser'.
Afinal quem você é hoje se comparado à você do mesmo período do ano passado? A vida é um constante aprendizado e por isso deveríamos estar em contínuo movimento de evolução enquanto seres pensantes... Nossas experiências adquiridas, lições aprendidas, as decepções, os fracassos...tudo tem um papel fundamental no nosso desenvolvimento pessoal.
Não é preciso ir muito longe... a garota que acordou numa manhã qualquer há três anos atrás passou durante esse tempo por um turbulento processo interior que mudou por completo sua vida. E mudou muito, no sentido de metamorfose mesmo, transformar o que já existia, quem já existia... Se foi fácil? Nunca passei momentos tão difíceis na minha vida! Se escolheria não vivê-los? Eu teria o aprendizado sem eles? Então não! É como atravessar um longo deserto com pouca água e em seguida cruzar um dos polos com roupa suficiente apenas para sobreviver mas, depois chegar no destino e perceber que valeu a pena cada passo dado apesar da dificuldade.
E você, tem se vestido com esse "eu" há quanto tempo? Quanto tempo faz que você não aceita uma ideia nova, não se propõe a aprender uma nova lição, não reconhece um erro, não se dispõe de verdade a fazer algo novo? Faltam oportunidades para testar uma atitude diferente, para experimentar uma postura inédita? Me pergunto se as pessoas pessoas não cansam de usar suas ideias velhas e rasgadas as vezes... suas linhas de raciocínio tão puídas e frágeis... e aqui falo do todo!
Espíritas acreditam que são necessárias até mais de uma vida para se trilhar o completo caminho do auto conhecimento, Budistas dizem praticamente a mesma coisa com relação ao nirvana e, você aí usa a mesma roupa de "você" que usava há 10 anos atrás, há 5, há 3? Lamento tanto por você!
Nos desafio a despir cada dia mais do ceticismo que insiste fortemente em nos prender aos velhos hábitos e pensamentos e, acreditar mais na nossa capacidade de lidar com o novo, o diferente. E aqui quando falo em novo e diferente, estou falando no campo real das ideias, da metafísica, da discussão humana... falo de você... você novo e diferente!



domingo, 21 de outubro de 2018

Ao meu amigo distante

Escrevo-te estas rápidas palavras para que do teu dia não roube muito tempo, busco através desta apenas saber como você está. Num âmbito geral se trata disso, me certificar que você está bem, que vai ficar, que está/será feliz. 
Já não sei se faz alguma diferença dizer me angustio em pensar no quanto pode ter precisado de mim em todo esse tempo no qual não temos nos falado, se também desejou ter com quem conversar e eu não estive lá, falhei com você, sei disso.
Ainda sou nova nessa coisa de respeitar a individualidade do outro, não sei qual o momento certo de recuar/avançar; devo ter cometido milhões de erros e, apesar de nunca tentar esconder nenhuma de minhas inúmeras debilidades, em algum momento devo ter enfiado os pés pelas mãos pois minha insegurança aumenta na proporção da afeição que sinto causando desastres catastróficos, sempre foi assim. Essa é a parte que lamento a minha falta de competência em ser suficiente pra você.
Por diversas vezes eu quis invadir o seu espaço, não quis te dar espaço nenhum, eu precisava de você por perto mas, de alguma forma sabia que tinha te machucado mesmo que sem intenção e, por isso era minha obrigação respeitar esse seu tempo, te devia isso...
Contei as mais diversas estórias, inventei as mais variadas desculpas pra mim mesma e assim conseguir ter forças para me manter longe... pra te deixar seguir o seu caminho mas, no lugar da despedida você disse apenas um até breve...
Desde então tenho esperado mas, os dias continuam passando e você não volta, parece que nunca mais vai voltar... e eu sinto tanto a sua falta!
Você não vai voltar né? Nada nunca vai ser como era... eu sei... mas ainda estou no aguardo de um novo acordo, preciso saber... se chegou a hora de sofrer as dores do luto, de chorar as lágrimas do adeus; se agora for a hora de guardar com carinho tudo que foi bom e continuar tentando aceitar que as vezes a nossa cabeça dá uma dimensão diferente pras coisas do que elas realmente tem eu prometo ser forte e não borrar a maquiagem na frente de ninguém.
Se fecho os olhos ainda posso sentir a leveza de espírito que senti ao caminharmos no parque pela primeira vez, as risadas e até a seriedade serena enquanto por mais de uma vez conversamos sobre tudo e sobre nada, o abraço de alento e segurança, a palavra certa e o silêncio no momento necessário. Escrevo-te para que haja registro da relevância da nossa amizade mesmo quando aqui não mais estivermos.