quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Percurso Árduo


Não há flores no caminho, o céu não está azul, o sol não brilha iluminando tudo, o pouco de água à beira da estrada é turva e lamacenta. Um cactus solitário ainda traz uma certa vida à aquele cenário desolador, onde a maioria das pessoas nem se imaginaria estar e, só o que se vê são quilômetros e quilômetros de nada. 
Se sente sozinho, pés descalços com feridas, sangrando as vezes, devido as subidas íngremes e as descidas bruscas. Dias como este influenciam diretamente no humor,  fazendo refletir melancolicamente sobre a brevidade da vida, sobre suas inúmeras perguntas sem respostas e a incerteza que faz questão de nos impor. No colo dois pares de olhos observam atentamente cada movimento daquela que consideram sua heroína. Cada palavra, cada passo dado é analisado minuciosamente e assimilado de imediato como percepção do que se passa influenciando diretamente em sua formação de base num todo. E são seres tão frágeis e fortes ao mesmo tempo, que asseguram um oásis em meio à esta terra árida e sem vida; sorrisos tímidos, olhares profundos e sinceros em sua felicidade quando vêem aquela que que chamam de princesa, beijos de amor e agradecimento fazem qualquer mulher se sentir única.
Todos os dias uma encruzilhada da vida, implorando pela escolha do melhor caminho; considerando que o fato de estar sempre caminhando não significa que não exista um medo incondicional do que advém dessas escolhas. Não há como saber qual a melhor decisão a ser tomada mas sabe-se apenas que a cada escolha todo seu futuro se altera em decorrência disso. Há um sem fim de possibilidades, basta tomar um dos caminhos e seguir. Impossível que alguém veja o outro seguindo só e imagine que sua luta diária seja fácil. O viajante por vezes seguidas é invadido por uma onda de desespero, tomado pela angústia, possuído pelo cansaço que o esforço de se manter caminhando a qualquer preço produz. Muitas adversidades surgem a todo momento em sua senda e isso  vai afetando seus conceitos, sua sanidade...até o devido instante em que a única coisa que deseja é descansar e, só não o faz porque muitos esperam por tal atitude e mesmo que quisesse parar o faria apenas se fosse de uma vez por todas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O que queremos afinal?!

A mais pura verdade é que, excetuando algumas garotas, as mulheres procuram para ter um relacionamento sério um amigo com quem possam ter relações sexuais e é essencialmente isso. Calma, já explico, nós mulheres temos uma tendência natural pela indecisão, nunca sabemos o que queremos ao certo, mudamos de ideia com uma facilidade irritante ao mesmo tempo que ninguém nos tira um conceito fixo da cabeça. 
Há muito tempo já se pergunta, afinal o que querem as mulheres? Ouso dizer, e digo isso porque toda mulher sabe, temos uma atração obscura por homens cafajestes, manipuladores, que nos fazem chorar, sofrer, se sentir culpadas e incapazes; Nos iludimos imaginando que um dia seremos tão boas e perfeitas que nos tornaremos a mulher da vida dele, aquela o fará dele o melhor homem do mundo. 
Eles nos manipulam descaradamente, cultivam e incentivam que corramos atrás deste ideal, mesmo sabendo que não irão mudar e não há nenhum indício de intenção para tal. O objetivo cruel e insensível é ter alguém à seus pés em todo o tempo. Incrível é como esse magnetismo infeliz nos prende e até hoje não sei explicar ao certo mas, diria que praticamente pode ser associado à Síndrome de Estocolmo. Algumas mulheres conseguem se libertar, outras levam tempo para isso e ainda tem as que passam a vida num desespero frenético porém inútil para consertar algo que já deu PT há muito tempo atrás; Acorda querida ele não vai mudar e cada vez mais vai te tratar mal se você permitir. 

Todas nós já passamos por uma situação assim, uma situação que estava definitivamente fora do nosso controle. As vezes estamos tão focadas na nossa batalha diária que não percebemos alguém melhor, um romântico inveterado esperando apenas um sinal para entrar na nossa vida e mudar tudo. Difícil é quando a pessoa dá abertura para isso o outro entra, descortina um mundo de possibilidades em sua frente e a pessoa retrocede; claro, é impossível começar uma história sem finalizar outra mas e se o click do "move on" nunca vier? É vida jogada fora, é tempo, é muito amor, (estúpido) mas ainda assim, amor dispensado a quem não merece.
O homem perfeito é aquele que muitas vezes deixamos pra lá quando escolhemos o "melhor para nós", é aquele que te dá carinho e atenção sem você pedir por isso, ele te ajuda com o serviço da casa, com os filhos (se tiver) e é perfeito nisso! Faz o café e te leva na cama, reconhece uma TPM te leva um chocolate e sai em silêncio porque sabe que não é o melhor momento; Te abraça quando precisa, é o ombro amigo quando dá aquelas crises de choro, pode deitar do seu lado e respeitar seu cansaço... este sim é um homem de verdade e só as mulheres de verdade vão saber do que estou falando. Ser valorizada pelo que é, pela inteligência, pelo caráter, pela fibra que se tem e não apenas ser mais um corpinho bonito, um objeto sexual como os "machões" costumam fazer, vai muito além do que se imaginou querer. Ser gentil e educado não faz de nenhum homem menos másculo, mesmo porque pode ser surpreendente o que se pode fazer quando se tem sentimento mútuo envolvido e não apenas de uma das partes. Em pouco tempo a mulher que teve ousadia para dar uma chance a si mesmo e se permitiu uma nova história vai descobrir a diferença entre "transar" e fazer amor, entre outras coisas. Atenção, amizade acima de tudo e cuidado recíproco fazem com que valorizemos mais um parceiro que seja compreensívo, alguém com que se possa conversar e contar independente de qualquer coisa, um amigo de verdade antes do amante, o resto é complemento. O amor é construído do TODO. Tenho dito.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sem Título

Andar com destino certo mas ao mesmo tempo sem destino algum, indo pra um lugar específico mas sem saber pra onde ir. Um soluço preso na garganta, uma lágrima pendente no canto dos olhos, um aperto no peito, um grito sufocado em meio a um sem fim de noites insones vivendo pesadelos que não passam ao acordar do breve sono alcançado; caminhar a passos largos pra um futuro incerto, tomar decisões que afetam terceiros, horas guerreiro horas um pobre indivíduo assustado buscando no infinito uma razão de ser. Sentindo a sinfonia da vida tocar em seus ouvidos porém sem compreender ao certo que sendo, provavelmente a única pessoa que a escuta, tenha tanto desgosto quanto a ela. Esperar mas, esperar pelo que?! Sabendo que o que há de vir pode ser apenas mais um elo irritante dessa cadeia, desse infeliz ciclo de humilhações e dificuldades. 

Auto-suficiência parece ser o necessário para que esta sede de perfeição e aceitação seja contida. Será realmente possível algum dia se livrar de traumas e feridas abertas devido ao caminho sinuoso, estreito e em precária situação que a vida tratou de traçar? Por vezes o vislumbre de um remanso ou de uma grama verde que faz com que tenhamos força pra caminhar até o próximo "oásis" mas, o que fazer quando estes pontos de tranquilidade interior se tornam cada vez mais distantes e raros? Como se nossa capacidade estivesse sendo testada ao limite. Voltar atrás é inadmissível, pior do que seguir em frente. Quando se há pelo que lutar é isso que nos mantém em pé, ademais se não fora tal coisa há muito os pés descalços e cansados teriam procurado um lugar à beira do caminho junto aos outros. 

Nesta caminhada solitária o cansaço é inevitável, o esgotamento profundo quase que incurável, tudo isso deixarão marcas intensas que irão doer por toda a vida, basta uma mudança repentina do clima interior, uma palavra ou um gesto do mundo exterior para que tudo venha à tona com a força de uma enxurrada levando consigo todo e qualquer sentimento de felicidade e trazendo consigo ondas de incertezas e medo de que tudo se repita.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Querer X Poder

Porque será que para algumas pessoas é mais difícil aceitar determinadas coisas do que para outras? É como se o início do pensamento, baseado no princípio da dúvida de Descartes, te fizesse repelir muitos dos padrões impostos pela sociedade moralmente corrompida em seu caminho já sem nenhum atrativo, totalmente maçante e monótono nos quais todos os dias são criteriosamente previsíveis. 
Há muitos que condenam a Livre Escolha porém, com a falsa moral que lhes é característica, pois todos nós independente de qualquer fator, temos intrínseco em nossa natureza algo que é instintivo, o elemento voluptuoso da reprodução; este que, desde os tempos mais remotos da existência humana "civilizada" foi associado ao imoral e indecoroso justamente porque as figuras publicas ou, que se destacavam de alguma forma no cenário social, tinham a obrigação de manter a postura e dar "bom exemplo" aos demais para que assim fossem respeitados pelos seus subordinados. Teve-se início então a vida carnal sigilosa, que atualmente vira escândalo com frequência quando vem à tona, à conhecimento de outros estúpidos que também possuem culpa no cartório.
A sociedade tem o péssimo costume de condenar o diferente; eu diria apenas, que é mais digno alguém assumir que curte seja lá o que for sexualmente falando, do que um padre que esconde sua falta de caráter embaixo da batina bem passada e ainda evidencia o "pecado" alheio. Infelizmente toda a população está sordidamente sucumbindo ao ímpeto fascinante de criticar o próximo apenas porque ele faz o que eles não tem a audácia de fazer, porém  se corroem intimamente por querer estar do lado oposto deste quadro.
Julgar cada movimento alheio é fácil quando o objeto da calúnia ousa assumir perante toda a platéia,  que o assiste em silêncio mortal esperando apenas que seja apontado pelo primeiro libertino oculto sob a capa hipócrita da moralidade que é covarde em demasia para expor suas próprias vontades e desejos.
Só quando se põe em dúvida tudo o que se foi suscitado e adquirido durante todo o seu desenvolvimento mental desde a infância é que se pode começar a ponderar para si mesmo o que lhe cabe ser certo e errado. Se o indivíduo puder por abaixo todos os pilares que sustentam seus conceitos e reconstruí-los sob uma base mais sólida então será merecedor da liberdade tangível que o auto-conhecimento lhe proporciona.
A razão deveria ter uma função quase nula, de apenas direcionar o resto do corpo quanto se trata de relacionamentos, para que a ebulição de sentimentos e o próprio corpo possam agir por vontade própria, não se prendendo à um corrompido código de ética e conduta que determina uma escolha específica. Somos julgados por ousar querer e, porque não ter tudo que se quer?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Some Words

Pessoas. Intenção.  Julgar.   Repulsa.    Conhecimento.     Conselho.      Bom.       Dar.        Vender.         Aparência.          Observar.           Longe. Falsa.  Moralidade.   Saber.    Inferno.    Vida.      Escolha.       Precipitar.       Desistir.        Fácil.         Fraqueza.          Agressão.          Gestação. Agressão.  Público.   Agressão.    Física.     Moral.      Ousadia.       Expulsar.        Vida.         Parasita.          Sentimento.           Extrair. Força.  Vital.   Sentir.    Lixo.    Pessoas.      Jamais.       Saber.        Guerreira.         Mulher.         Madura.           Lutar. Futuro.   Importante.    Vencer.     Contemplar.      Vitória.





Pensar ou Pastar?

"Conhece-te a ti mesmo..."  Sócrates

Desvendar as nuances do interior das nossas almas que refletem nas nossas ações, variações estas, que se expressam em forma de emoções, revelando um caos superficial, escondendo em si significados mais profundos. 
A eterna revelação da consequência que sempre esconde uma causa, quase sempre não percebida. Pelo simples fato de que o homem despreza ou ignora o que não lhe é óbvio. E dessa forma, segue vivendo como gado, maravilhando-se apenas com o pasto verde e abundante na sua frente, desconsiderando e aniquilando o senso crítico e a pontencialidade de compreender o mundo ao seu redor.
Por vezes é desafiado a se aventurar para além das porteiras e das cercas que delimitam sua zona de conforto mas, permanece inerte, estarrecido pelo medo do desconhecido, este que é tão atraente quanto perigoso. O perigo por sua vez é o que faz se exaurir por completo qualquer centelha de interesse; por fim contenta-se com sua pastagem garantida, do que arriscar e ousar a mudança.
Adestrado desde a infância pelas mídias, escola e religião, o homem-boi se fortaleceu e tornou-se uma criatura mansa e conformada com o ambiente e as condições em que vive, oferecendo a sua força de trabalho por um espaço na máquina, tornando-se assim, mais uma engrenagem do sistema. Tudo em troca de uns trocados, a fim de saciar a sua sede pelo consumo; fruto da própria influência ditatorial do sistema que o escraviza e do qual faz parte. Sem nunca se dar conta ou reagir a tal ciclo. 
Bastaria um vislumbre da sua condição de indivíduo, enquanto ser pensante e autônomo; 
Bastaria uma pálida ambição por algo mais digno e mais justo; 
Bastaria um olhar mais erguido, em direção ao horizonte ensolarado, para se questionar sobre a própria existência! 
Contudo, faz-se necessário decidir pensar; algo equivalente ao primeiro choro ao nascer, que faz os pulmões se encherem de vida - as boas vindas da natureza aos que decidem dar o primeiro passo à essa efêmera existência. 
Pensar e questionar deveria ser como respirar! Sobretudo duvidar. Conjecturar possibilidades de ângulos jamais imaginados. Valorizar perguntas sem respostas, e duvidar das possíveis respostas encontradas.
O homem que se submete à toda essa manipulação descarada imposta pelo meio em que vive e se sujeita à ela, claramente desconhece sua força; a força que há quando questiona pois, todas as definições encontradas até agora foram tomando consistência e dimensão a partir de outras mentes pensantes, ou não. Reside aí o enigma que envolve nossa lábil existência, na dubiedade, no ceticismo.
Porque se manter preso por vontade própria em um cercado imaginário? Vivendo delimitado por seus medos, insegurança e covardia, se alimentando da grama murcha e quase seca que está sob seus pés, adubada de forma relapsa com excrementos alheios, e causando uma desnutrição intelectual que pode se tornar fatal? Pra que  subjugar-se quando se pode de cabeça erguida dar um passo audaz em direção ao incerto e o desbravar com determinação?!


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Eles Se Foram Numa Manhã Qualquer

Só sabe o que é ter a genialidade e a loucura caminhando lado a lado e duelando entre si, dentro de si, quem consegue enxergar a vida sob um prisma no qual se tem acesso à todos os ângulos de visão. 
É algo que vai muito além da doença, alcança patamares superiores de contemplação, chega a dar impressão e sensação de estar perdido por vezes, mas a verdade é que desconhecemos o limite obscuro da sabedoria versus insanidade. 
Estar à um passo da desistência é chegar à um determinado momento da vida e se dar conta de que tudo que planejou pra si quando ainda conseguia fazer planos e sonhar, não passou de que um espectro projetado pela mente; e isto é, no mínimo desesperador e, chega a ser um divisor de águas na vida de alguém. Creia, nada é o que parece ser, ninguém é tão perfeito quanto observado à distância. Pessoas tem defeitos, manias, características que as tornam únicas e elas são feitas disso, se não puder aceitar e respeitar então, tudo estará perdido. O ser humano tem tudo o que quiser ser dentro de si e, mesmo que não seja na realidade, quem o poderá o dissuadir em seus devaneios?!
Tal fato nos faz ser acordados de sobressalto e perceber que não fizemos metade do que gostaríamos, que não nos tornamos quem deveríamos ser e não alcançamos a inclusão social à que nos considerávamos destinados; afinal, pessoas inteligentes deveriam deter o domínio de algumas coisas não?! 
Aos poucos se vê seus sonhos, seus projetos de felicidade, o tempo desprendido, uma das sete vidas que se tem, serem colocados em caixas e sendo separados, indicando o fim de um ciclo e que o fracasso é latente,  não há como fugir dele; Há sim que se viver intensamente cada momento pra que ele doa tudo que tem que doer e então deixe sua alma livre da percepção nítida da derrota que deixou de ser eminente pra se tornar efetiva. Seu desejo de ter uma família perfeita se desfez como um cristal, já muito rachado por diversas pancadas, se espatifando no chão frio da realidade. A única vontade que se tem é de nunca mais tirar as coisas das caixas porque, como saber que aquela será a ultima parada, o destino final em que se poderá descansar enfim. O que se sente é apenas sufoco e pressão para ser o que as pessoas querem que você seja, aja como elas agiriam se tivessem capacidade para ser como você mas, já não ousa fazer planos porque seus sonhos se foram numa manhã qualquer.
O sucesso (desconfio eu) reflete o fracasso de uns e outros, pois por mais que tente se esforçar nunca será bom o suficiente. Você era apto e fascinado pela gama de possibilidades que se desenhavam para seu futuro mas, não foi isso que foi detectado pela sociedade e, o mundo te julgou insensato, indigno, incapaz e sujo e o excluiu por não se adaptar aos moldes previamente estabelecidos.
Quando criança se imagina mil e uma coisas porém quando a idade vem e com ela as responsabilidades é que nos damos conta de que nada é o que parecia ser, a vida é dura, implacável, leva a lei da semeadura ao pé da letra e é mais ou menos "Tudo que fizer poderá ser usado contra você"! Acaba por ser tão imparcial em seu acerto de contas que por muitas vezes nem sabemos exatamente o que estamos pagando. 
Quando se olha a sua volta e vê o tempo passando, tem se o sensação de estamos deslocados, numa época que não deveria ser a nossa pois comporta coisas outrora inadmissíveis. Então se é invadido pelo maldito sentimento de "sei lá" que nos faz captar a necessidade que as coisas tem de tomar um rumo sozinho, sem a nossa interferência, haja visto que não há condições psicológicas para tal.



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Undefined

Ele é o intangível, o imaterial, o abstrato; é Aquele que não consegue ser denominado de forma suficiente à descrever todas as suas características; é Aquele que É, mesmo quando não acreditamos ou desprezamos Sua existência.
Com ousadia e audácia para crer, n'Ele encontramos paz e segurança; Nas Suas mãos está nossa sorte e, nelas sei que, bem guardado está o futuro de quem se entrega.
Desde cedo, estabeleci um vínculo muito particular de confiança em Deus e com o passar do tempo e das experiências vividas aprendi que, seguir é diferente de andar com Ele. Embora, nenhuma de Suas criaturas sejam perfeitas eu talvez, seja uma das mais falhas; apesar tantas lacunas, dúvidas, questões e conflitos, a crença num Ser supremo, superior está intrínseca em meu interior. Não sei caminhar sem minha fé! É ela que me mantém viva! É a fé num Ser que transcende qualquer entendimento, pois a única forma de conhece-Lo em sua plenitude é se permitir acreditar, confiar e assim sendo, viver experiências espirituais sobrenaturais. 
Não! não me peça para explicar, para entrar em discussões filosóficas e/ou teológicas sobre o assunto porque não se encontrará jamais uma resposta racional para se crer em um Deus considerado vivo e soberano por muitos; porém devido à corja de insanos que julgam conhecer Deus e agir à Seus mandos, vemos o ato de acreditar se tornando cada vez mais banal e até virando sinônimo de doença, pois seus adeptos mais fanáticos possuem as mentes cauterizadas sem capacidade de divisar o real do utópico.
Posso falar apenas do que sinto: que Ele é a perfeição dos versos, a melodia das mais belas canções, o compositor do arranjo da sinfonia da vida, rege com maestria e harmonia impecáveis cada nota a ser desempenhada por seus filhos; porém, estar com uma boa peça em mãos não significa executá-la com primazia.

Doce Novembro

Ele vem nascendo tímido e sem jeito logo após o grande mês das mudanças. Quem o observa desavisado pode ser deixar enganar por sua doçura aparente; começa de leve e, como quem não quer nada se agiganta em tribulações e infortúnios. 
Durante todo o ano uma nuvem espessa se forma sobre nossas cabeças, como se a vida maquinasse pacientemente uma tempestade de sangue para nos fazer compensar os momentos bons que ela por hora nos concede; quando menos esperamos e, quanto mais novembro se adentra, tem-se início um temporal que velozmente se torna severo demais, anulando qualquer chance que detê-lo, este acaba por inundar nossas existências com uma torrente de águas lamacentas e perigosas que, por onde passam deixam um rastro de destruição e pavor.
Doce novembro que tem seu ápice de agruras no dia 15 e, quanta lógica há nisso! Que outro dia melhor para a desgraça atingir seu apogeu que não neste que divide o mês ao meio? Novembro vem para nos lembrar que durante onze meses vivemos, sorrimos e somos felizes mas quando ele chega implacável para cobrar seus juros, não há de quem não arranque uma lágrima. 
À mim é sempre reservado um presente de grego, veste a ilusão de que pode ser diferente mas é só o mesmo disfarce de sempre, do desespero que invade violentamente a minha alma conforme se aproxima este que deveria ser um "dia feliz".
Maldito novembro, que torna infeliz todos os meus anos fazendo com que o acumulado de dores e sofrimentos previstos para todo o ano seguinte se precipitem em apenas alguns dias. 
Você é, por mim caracterizado, o pior mês do ano! Tenho pânico quando se aproxima, você sempre deixa para trás um trauma incalculável, uma dor imensurável, um terror estampado nos olhos e ano após ano faz minha fobia aumentar de forma gradativa, à ponto de desejar intensamente dormir em outubro e já acordar em dezembro.
Eu sobrevivo mas, não sem as profundas marcas que me deixa, vá de uma vez embora e me deixe seguir meu caminho. Espero que um dia essa corrente maldita que amarra novembro possa ser quebrada!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Just One More Day

O clima está propício para tecer numa rede de idéias o vórtice de sensações que se pode ter apenas em um dia como este. 
A chuva cai lentamente numa garoa fina mas insistente desliza suavemente sob o guarda chuva de cor escura que carrego; sob meus pés, a cada passo vejo as poças que se formam no chão e, enquanto escrevo ao som de uma boa música coreana, levo em torno de dez minutos unicamente para atravessar  a movimentada rua que há no meu itinerário, porque hoje, somente hoje estou sem pressa. Com calma posso sentir a brisa espessa que os carros deixam pra trás enquanto passam apressados, numa rotina frenética atrás de um espectro que chamam de ideal; achando que estão vivendo mas, raramente param pra fechar seus olhos contra o vento e sentir o prazer que ele proporciona.
Há um acidente entre dois carros logo ali na esquina e após mais algumas passadas, outro quase acontece em minha frente; me perco pensando e procurando imaginar o motivo de tanta urgência, esta que pode resultar em uma viagem sem volta. 
Maravilhas que apenas um dia de chuva nos oferece, uma análise sucinta e equilibrada de sobre como o ânimo humano está estranhamente ligado às alterações climáticas, uns mais que outros é bem verdade, porém todos respondem de alguma forma à este estímulo da natureza.
Chego ao meu destino e, imóvel enquanto aguardo, percebo a solidão que cada indivíduo impõe para si mesmo e como delimitam sua convivência com o próximo tornando sua própria existência mesquinha e isolada, sem deixar margem para interpretações adicionais, apenas isso. 
Enquanto observo tantos carros estacionados com seus condutores confortavelmente assentados em um banco macio, quente e abrigados da chuva, chego a conclusão de que muitos deles jamais terão a percepção do que é depender apenas de si mesmo neste dia chuvoso; Valorizar o simples fato de estar viva e poder pensar me faz voar acima das nuvens de dificuldades que me são impostas todos os dias pela vida, a qual faz questão de nos mostrar diariamente como pode ser cruel quando aliada ao implacável tempo. 
Já não chove mais, e a música que toca é um pop norte-americano, me trazendo de volta à realidade do dia-a-dia, dizendo que tenho que ir, porque nada se constrói parado.

domingo, 4 de novembro de 2012

O Sentido do Perdão

O que seria um perdão imerecido? Eu te digo caro leitor, parafraseando Platão, o perdão é próprio de almas generosas isto é, não se decide perdoar, isto já está intrínseco em sua índole. É aquela pessoa que não consegue, nem querendo e sabendo que o outro merece ser o alvo de sua ira, se deixar levar por este sentimento tão mesquinho que é o ressentimento. Devido a isso e a falta de maturidade e/ou até caráter de alguns, acabam se tornando presas fáceis na sua incessante busca pelo amor. 
Ouve-se muito falar em corações partidos e desilusões, no entanto pouco ou quase nada se fala sobre esses, aqui por mim designados, assassinos de sonhos. Mulheres num geral são potenciais serial killers, nunca sabem o que querem e como consequência não reconhecem quando encontram; homens românticos, crentes no amor e em suas capacidades miraculosas são suas principais vítimas, embora estejam em extinção justamente por causa disso. Elas seduzem e inebriam os imprudentes para depois os afogar em um sem fim de ilusões e "se's", como uma maldita sereia moderna fazendo com que se percam os navegantes desavisados e por vezes destinando-lhes somente o óbito emocional. 
Numa crença um tanto infundada de que mulheres são frágeis e precisam de proteção se deixam enganar; todo o ser vivente tem o poder em suas mãos de trilhar o caminho que se deseja e por vezes não se sabe o que quer, isto é natural mas, saber o que 'não' se quer já é metade do caminho. 
Pessoas que culpam outras e vivem se desculpando são nitidamente covardes em busca de um cristo à quem julgar por seu próprio medo de viver e enfrentar os desafios da vida. Já dizem as más línguas que, quem quer arruma um jeito, quem não quer, uma desculpa! Triste fato!
Quando se cai na cilada de amar uma pessoa indigna de forma muito intensa, o empenho à que se é submetido é incalculável, as conseqüências imprevisíveis, o fim é certo e quase sempre a única coisa que provém de um relacionamento assim é a experiência, com a certeza de que nunca mais se quer passar por tal situação, a de amar uma criatura totalmente desprovida da capacidade de retribuir o cuidado dispensado.
O ser que merece o seu perdão dificilmente precisará dele e, quando precisar não terá de pedir pois o que não é digno dele, precisará com frequência e geralmente pelo mesmo motivo, tornando latente ao outro envolvido na relação as reais intenções e a bárbara manipulação à que está sendo submetido. 
Na atualidade, aqueles regidos pelo amor são taxados de tolos e, talvez sejam mesmo por procurar com tanto afinco algo que está cada vez mais raro, alguém que seja merecedor de sua entrega incondicional; uns encontram, outros não tem tanta sorte mas, uma coisa é certa, é muito melhor estar só do que acompanhado por um parasita sentimental que te abandonará cada vez que sua força vital estiver no fim e retornará assim que estiver recuperado para poder continuar fornecendo o que é substancial para a sua existência, a "entrega". A ciência de que o coração de alguém está à disposição pode ser fatal para seu portador.
A certeza de saber o que o outro sente pode gerar no amado uma falsa sensação de segurança enquanto que no "companheiro" por sua vez produz um comodismo que afeta toda a relação, sendo que o fundamento de uma relação saudável é a confiança mútua de um sentimento verdadeiramente recíproco. 
Quando apenas um dos envolvidos se doa os efeitos colaterais são inúmeros que podem, não com facilidade mas sim, serem corrigidos se tiverem coragem de se permitir um novo amor, um que realmente mereça toda a atenção dispensada e retribua com a intensidade e a sinceridade há tanto merecida e esperada.
A sabedoria quanto a isso reside em saber dispensar aí um perdão definitivo, o perdão da renúncia, do adeus, para então darem valor à todas as vezes em que foram perdoados e jogaram a chance que tiveram de fazer diferente no lixo. Isso faz que se arrependam imensamente até conseguir perdoarem a SI MESMO por terem perdido aquela que poderia ter sido a chance de felicidade plena da sua vida. Por fim, corrigindo uma máxima que li outro dia: Só sabe o que é perdão quem já muito perdoou porém, nunca precisou dele!

Ana

Dá-me filhos, se não morrerei! 

Clamou a mulher ao seu Rei,

E de uma semente amarga, dei à luz frutos doces,
Dois anjos azuis, pequenos guerreiros precoces;
Fazedores de sorrisos em meio às lágrimas, companheiros em quem me agiganto, razão do meu encanto!
Guardiões do sentido da minha vida, estrelas das minhas manhãs, acalanto do meu pranto...

Pranto do não-existir, do não-entender, do não-aceitar, do não-conformar...

Saberei no futuro, que nasci, simplesmente, para as minhas dores filosofar,
Seberino me ensinou os primeiros passos da grande arte de pensar;
Faria tudo outra vez, contudo, jamais faria o que tenha a liberdade como preço,
Não saberia esboçar um novo futuro sem razão de haver um recomeço...


Sem as minhas asas eu pereço, envelheço, entristeço... 
Escureço a vista, esmoreço os passos e os dias anoiteço!


Dá-me um par de asas ou morrerei!
À quem clamarei? À quem te manisfestarias, ó Rei?
Qual a razão da minha súplica? Se és Rei e fazes apenas o que queres?
Qual seria a diferença da minha petição para as de outras mulheres?


Sou criatura da terra com a alma de uma fênix, alçando um vôo sobrenatural,
Apenas registrando oscilações de normalidade e loucura surreal;
Não caibo no meu coração, perco as rédias da inquietação,
Meus pensamentos raptam a minha noção e a razão do meu coração;


Faço par com a solidão no meu mar de ideias sem sentido aparente,

Intelectualizo a minha tristeza com um bom rótulo aos que preferem um sorriso contente;


Uma simples Ana no meio de tantas Marias, 
Paulatinamente também sou Paula e também sou Farias;
Não sou santa mas sou Santos e trago comigo as lições de um Seberino,
Sou Catarina, filha de um pensador, uma sonhadora nesse mundo libertino;


Desconheço limites e desenho o meu próprio horizonte,
Do meu caminho sou autora, não espero que me aponte;
Questionadora do óbvio, pensadora nata,
Ana Paula Santos Seberino Farias; Entre letras e pensamentos também sou uma acrobata!


Autoria: Igor Campos

domingo, 28 de outubro de 2012

Antes só de que mal acompanhado

Antes só de que mal acompanhado, mas antes bem acompanhado do que só. A saga das pessoas começa em não entender esta simples frase, sofrem e acreditam que sofrerão sempre, então percebem que ficam mais felizes sós e acabam por acreditar que é melhor estar sós do que mal acompanhados pregando a promiscuidade como mantra de vida.
Envolvem seus sentimentos mais profundos por um alvéolo, passam a viver de forma superficial e leviana, descrentes na vida e em tudo que abrange a sua harmonia, não se permitindo serem felizes e incitando a não entrega completa dos que ainda acreditam e insistem em cruzar seu caminho procurando oferecer auxílio, ignorando em sua inocência, a malícia que rege as suas vidas.
Fato é que não é fácil, nem nunca foi, encontrar o amor e a tão sonhada reciprocidade e os poucos que a conhecem preferem não espalha-la aos quatro ventos com medo de que algo possa atingir o que de tão precioso tem. Amor é uma construção diária e a felicidade por ele gerada não pode ser comparada com nenhuma outra, fazendo com que quem o encontra compreenda coisas muito além da capacidade de entendimento daqueles que só o conhecem de nome. Felicidade é um estado, mas a felicidade plena pode existir, não sem suas pedras no caminho, sabendo sempre que o amor é capaz de manter-te sempre um patamar acima na escala da felicidade do que aqueles que não o tem.
Se tem algo muito distante de conseguir ganhar uma descrição especifíca, isto sim é o amor. Pode-se tentar explicá-lo de todas as maneiras imagináveis tal como Camões, dizendo que ele é fogo que arde sem se ver e ferida que dói e não sente ... uma doce contradição que só quem tem ousadia consegue desbravar as belezas dessa agradável incoerência; porém, todas as palavras são vazias se não houver o sentimento propriamente dito para lhe fazer sentir completo, realizado sob todos os aspectos. Amar é estar envolvido por um manto de fé; fé de que mesmo após muitos recomeços causados por fracassos desastrosos, sempre há a esperança de ser finalmente arrebatado nos braços do amor por toda a eternidade, num vínculo que transcende toda e qualquer relação tempo/espaço.
Não há como distinguir um amor de uma paixão até que ele toma todo seu ser e te preenche por completo, te fazendo entender que esteve a vida toda esperando por aquele sentimento, por aquele momento em que a felicidade subjugou os medos e transformou tua vida fazendo com que o futuro fosse ansiado e não mais temido.
Felicidade sozinho se transforma em solidão com o passar do tempo, já a felicidade verdadeira gerada pelo amor tende a ser constante e a segurança que te causa torna-te uma pessoa melhor, faz-te irradiar alegria aos que te cercam tornando-te alguém dificilmente não notado já que tua felicidade irradiada é como um raio de luz à todos aqueles que ainda vivem na escuridão.
Amar é muito mais do que estarem juntos apenas nos momentos bons e agradáveis, pois ninguém consegue ser perfeito em todo o tempo e, por mais que se esforce, uma hora ou outra virão à tona os medos, inseguranças e defeitos tão bem escondidos no momento da sedução e conquista pra que não fossem considerados obstáculos (em alguns casos a omissão chega a ser fatal); É nesse momento que o amor se revela em sua totalidade, em forma de compreensão, apoio e companheirismo, permitindo aos amantes ultrapassar qualquer barreira se estiverem verdadeiramente unidos.
Cada um leva em sí as feridas que a vida lhe trouxe, e isto não é diferente em nenhum casal, mas aqueles que estão dispostos a seguirem sempre em prol de seus anseios são os que serão galardoados com a glória de estarem completos cuja consequência é a felicidade em sua dose mais forte, da sua maneira mais pura, duradoura e constante, a saber o amor.


sábado, 27 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Procura Terminou

João foi chegando lentamente, deixando acontecer de forma natural... uma troca tímida de olhares... uma leve investida temerosa... até que num ato ousado, como que regido por uma música inaudível que o impulsionava, se encheu de coragem e chamou Maria para sair. 
Dava para perceber nitidamente em seu olhar o receio do não e o nervosismo do sim; Ainda mais quando ela balbuciou um "vou pensar" e, mesmo ficando um tanto balançada pelo convite para um simples passeio no parque, ficou apreensiva pois por alto sabia quais eram as reais intenções do belo moço, um romântico inveterado.
Após ponderar algumas possibilidades e perceber que apesar de não estar pronta merecia sim se permitir, então aceitou.
Era uma belíssima tarde de sol e Maria via os lindos olhos de João serem inundados por um brilho que mesclava o reflexo dos raios solares com o lampejo de um forte sentimento contido, tornando seu olhar incrivelmente irresistível e profundo. Caminharam pelo parque envoltos por uma harmonia e uma intimidade crescente e, embora não se conhecessem há muito, era como se tivessem nascido um para o outro. Sentaram-se na grama verde e macia; Maria descalça sentindo os chão sob seus pés e frescor da brisa tocando seu rosto tentava se convencer de que tudo aquilo era real. Procurava inutilmente desvencilhar-se das belas palavras proferidas por João e das promessas que ele fazia, ela já ouvira tantas vezes sentenças vazias que a fizeram compreender e aceitar que "toda expectativa é passível de frustração₁". Maria buscava blindar seu coração para que não se ferisse novamente, haja visto que a chaga anterior nem havia sido sarada. 
Como se lesse seus pensamentos ou visse de forma evidente a sensação de medo através dos olhos dela, João prometeu-lhe o mundo e as estrelas naquela tarde. Disse ao pé do seu ouvido que ficasse tranquila pois tudo iria ser diferente à partir daquele momento, ele cuidaria de sarar suas feridas e com muita paciência a faria entender que ele era o homem de sua vida, dando tudo de si para isso; porém antes mesmo que dissesse tais cousas, sem saber, dentro de si ela já começava a acalentar, com um pouco mais de segurança, o sentimento que nascia acanhado, com a função preencher a imensa lacuna de sua vida. 
Tinham muito em comum e sentiam mutuamente que a vida os tinha preparado para aquele exato momento, para serem perfeitos um para o outro! 
Não tinham tanto tempo quanto gostariam, e o dia se foi com o decorrer da conversa. Uma aura fabulosa de equilíbrio os envolvia e desejavam intensamente que o tempo parasse para eles naquele fantástico pôr-do-sol; sob o qual se abraçaram e juraram silenciosamente em seus corações, amor eterno.


₁ N.E. Autoria de Igor Campos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

You Need to Know

Já ouviu falar que todo ser é único em sua existência? Há pessoas que quando estão ao nosso lado se destacam muito, pois estão ali auxiliando, dando apoio e sendo prestativos; e quando não estão conosco, mesmo apesar da distância pode-se sentir todo o carinho que provém através de um vínculo quase cósmico. Você é assim, merece muito amor, atenção, dedicação, carinho, todo cuidado e segurança que alguém pode proporcionar a outro alguém quando ama intensamente. Você merece mais do que palavras vazias e promessas infundadas; é digno da verdade dita, dos medos esclarecidos, das inseguranças expostas. Tem direito de saber a fundo o que escolheu para só então poder ponderar o certo e o errado. E se ainda assim decidir ir em frente, então se mostrará digno de ter o meu mundo aos seus pés!
Antes disso precisa saber que não sou menina nem mulher e sim uma quimera em constante mutação, "tenho fases como a lua, já dizia Cecília, fases de andar escondida, fases de vir para a rua...fases de ser sozinha, fases de ser só sua"; as vezes fujo, me escondo, quero ficar quietinha, na minha. Tem horas que quero ferver e enlouquecer e tudo isso em um só dia, mesclando momentos de infertilidade e produtividade. Sou errada, errante, horas perto, horas distante e num movimento mental cíclico um tanto duvidosa e em seguida confiante. 
Não espere de mim o que não estou disposta a oferecer; o desatino está em procurar burlar a ordem das coisas impostas naturalmente, no demais apenas o insensato se lançará em um peleja para perder, porque até onde sei ser rude e grotesco tem virado unânime sinônimo de masculinidade, mas não para você! Que é assim todo perfeito, criado em moldes exclusivos que o Criador utilizou pensando únicamente em mim!
Tenho escrito tantas vezes contra o "direito" absurdo que as pessoas se reservam de efetuar julgamentos transformando isso numa guerra sem precedentes dentro de nosso próprio círculo social que, não sei como ainda me surpreendo com a falta de escrúpulos das pessoas; amar os outros como a ti mesmo?! Ótima orientação porém os que a seguem estão em extinção e ainda assim praticam de forma parcial.
Estamos numa época em que é "bonito" mulheres se auto-depreciarem e homens subjugarem e subestimarem sua capacidade mental e criativa.
A pura verdade é que nem homens nem mulheres sabem o que querem, apenas vivem dia após outro perdidos em uma promiscuidade sem fim. 
Mas você, ah, You need to Know... o quão singular é, e sob todos os aspectos surpreende dia após dia. 

Compreende? Ajuda? Escuta? Se esforça? Procura te entender mesmo quando se machuca pelo que está sendo dito? Vá em frente garota! Estás diante do homem se sua vida!

...Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim... (Renato Russo)

Agoniante Desarmonia

Uma a uma lentamente, as coisas vão escapando ao controle para alguém que é visivelmente uma pessoa atormentada, pesarosa e com graves conflitos internos; a batalha vem sendo travada há anos porém nunca se esteve tão perto de perde-la quanto agora. Seus pensamentos e sentimentos se misturam, perturbando a razão. Pela primeira vez sente que o fim está próximo, pois a insanidade bate insistentemente à sua porta.
Quer se permitir amar e ser feliz mas num movimento inconsciente e totalmente involuntário sua mente lhe prega peças, trazendo à tona uma questão após outra e, embaralhando seus sentidos a deixa atordoada e sem chão. 
É laborioso encontrar paz de espírito quando se é vítima e réu de si mesmo, ainda mais quando se tem um tanto de almas perdidas e com personalidades diferentes assolando sua existência. Isso afeta de modo absurdo o psicológico e faz com que por vezes se deseje o fim de tudo com muita veemência pois, além da tortura mental pode-se sentir dores físicas decorrentes de tal embate tão  brutal. 
Ser corajoso e enfrentar seus monstros, procurar viver e seguir em frente sem se importar é impossível quando se está saturado de mágoas e feridas tão profundas que, apesar da esperança que a parte otimista ainda guarda para si, são uma excruciante tribulação pra toda a essência deste ser humano. 
Dia após dia duelam entre si razão e emoção (embora nenhuma das duas saiba o que quer), vida e morte, espirito e carne, anjos e demônios, medos e ousadia.. e nessa indecisão sem fim, enquanto a luta não determina o vencedor, o que se tem são apenas os "se's", os "porquês" e os "talvez". 
Não sabendo lidar bem com a falta de certeza e controle, siga seus instintos mas, o que fazer quando ele não se manifesta de forma satisfatória, sendo que há tanto acontecendo junto e um volume considerável de responsabilidades? Mesmo com uma quantia sem fim de perguntas e nenhuma resposta, insegurança quanto ao futuro e indignação quanto ao passado ainda há um raio de esperança em seu presente;
Não se sabe quanto tempo resistirá até a entrega total; Ninguém vive em tão intensa disputa durante tanto tempo, hora ou outra uma das partes é derrotada, e que aconteça logo porque o desgaste e o cansaço são genuinamente lancinantes!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um brinde ao Nada!

Poderíamos passar longos períodos de tempo divagando sobre o vazio (definido por não conter nada) e o nada propriamente dito (a não-existência), porém seria desnecessário e com certeza inútil tentar analisar as coisas de maneira separada pois para ela estão ligadas intimamente de tal forma que a fez se sentar à margem do caminho para meditar à respeito; lá está ela uma figura de aparência frágil e abalada, no entanto valente e destemida; apreciando o momento, analisando os movimentos,e ponderando qual a melhor decisão a ser tomada.
Ela sente um vazio descomunal mas, não está apenas privada de ânimo para pensar e/ou sentir, e sim no sentido próprio da palavra, desprovida de qualquer conteúdo.
Vazia de sentimentos e pensamentos como se estivesse aérea, alheia e desligada de tudo, de todos, de qualquer vinculo social, econômico, afetivo, intelectual, religioso; ela está ali apenas de corpo presente, seu coração e mente não estão com ela infelizmente; estão em uma esfera inalcansável que nem mesmo ela sabe onde é mas, sabe que por alguns instantes estarão seguros neste lugar.
Essa sensação de nada  por vezes lhe é considerada melhor do que qualquer outro sentimento com certeza de causa pois não se sente preocupada, nem triste, nem só, nem dorida, nem feliz apenas vazia, de tudo, de si mesma; como que anestesiada por uma droga ainda desconhecida e sob efeitos nunca antes vistos.
O vazio não chega a ser produtivo nem estéril ele é apenas um momento de descanso proporcionado pela mente de forma sutil; porém, deve-se ter extremo cuidado pois é nocivo, além de muito covarde, se adaptar ao nada como que em refúgio para que os medos e decepções não lhe alcancem pois após um brevíssimo lapso temporal ele se torna como veneno letal correndo em suas veias, te fazendo ficar muito aquém, tolhendo por completo sua capacidade mental e emocional. Contudo, é saudável ser visitado por ele de vez em quando.
Assim o vazio a possui e por vezes toma os seus sentidos, numa relação sedutoramente perigosa , arrebatando-a em seus braços invisíveis lhe proporcionando, com uma frequência que ela gostaria que não fosse tão intensa, um sentimento de sei lá!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A long time ago, I'm waiting for...


Como tantas outras coisas quase impossíveis de se transcrever, a busca incessante pelo par ideal não deixa de ser diferente, mesmo porque aliada à inconstância feminina tudo passa a ser muito relativo. 
Tenho procurado com perseverança por aquele que fará meu coração bater mais forte e o arrebatará por completo para si; tenho aguardado por muito tempo, impaciente por sua chegada.
Por inúmeras vezes nos vemos envolvidos em relações que não valem a pena, nos exigem de sobremaneira, trazem um desgaste emocional intenso e nos deixa marcas profundas, minando aos poucos nossa capacidade de se entregar à um novo amor e exaurindo a qualquer ânimo de se tentar novamente.
Nos meus sonhos ele é a inspiração pra meus modestos textos mantendo uma satisfação contida nas entrelinhas; Motivo do meu sorriso, razão da minha felicidade. Ele haverá de ter uma calma no olhar, uma serenidade no ser, uma paciência fora do comum para tentar ao menos compreender uma parte do que se passa aqui dentro pois, não é fácil aceitar um indivíduo com todos os seus defeitos, e tenho um acúmulo deles. 
Estou certa de que o meu príncipe encantado é o que consegue detectar e inferir o sofrimento latente, a comoção íntima, a busca insaciável pela perfeição; E, ele não está distante em um conto de fadas mas, saiu de lá e veio à cavalo ao meu encontro. Todos os dias vejo sua luta obstinada contra os dragões e monstros diversos que assolam meu interior, e um à um eles vão sendo derrotados pela sua determinação estóica pois seu único objetivo é alcançar e granjear com todo merecimento de causa o coração da amada.
Para reconhecer e valorizar um cavalheiro e toda sua gentileza e bravura, infelizmente se é necessário passar por situações que coloquem seus próprios valores e convicções à prova; como distinguir o que é doce, harmonioso e benigno se não experimentar o amargo, dissonante e nóxio ?!
Já dizia o insuperável rei Salomão que há um tempo determinado para todas as coisas acontecerem, e isso não foge  à regra, não há exceção para o encontro do amor verdadeiro; Ele vem  à passos lentos enquanto caminhamos pela sendas dolorosas porém sábias da vida; ela nos ensina pacientemente e nos prepara, oras violenta oras serena para o momento crucial em que o amor chegará até nós; Só assim compreenderemos e chegaremos à constatação de que dessa vez tudo dará certo e cada segundo valerá à pena pois, a legitimidade do sentimento será incontestável!

Traição Fraternal?


Despertar num belo dia e se dar conta de que novamente a vida dela tornou-se alvo de inveja e mentiras foi quase tão decepcionante como constrangedor; afinal, quem em sã consciência julga ter o poder de reservar para si o direito de condenar alguém com base em seus próprios conceitos deturpados
Ela por vezes compreende a desonra que envolve a sociedade em vive porém, é incapaz de aceitar o fato de que pessoas que protestam constantemente em nome de um suposto “amor”, na verdade não o expressam com sinceridade pois são desprovidos da capacidade de senti-lo, quanto mais de vivê-lo em sua plenitude. Ninguém a procura para oferecer ajuda ou sequer saber se ela necessita, no entanto para buscar se inteirar dos fatos e recriar a verdade de uma maneira extravagante à seu bel prazer existem muitos!
Sim, ela tem passado por momentos difíceis de coação, embaraço e receio quanto ao seu futuro que se mostra à cada momento mais instável do que nunca; no entanto, a vida é dela e mesmo sentido certo medo, consegue exercer seu domínio sobre a mesma, com a habilidade de quem sabe onde quer chegar e o que pretende conquistar para si!
Aos malditos invejosos e agourentos que fazem plantão vagando pelo mundo à fora buscando seres inofensivos à quem possam prejudicar, fica a sugestão para cuidarem de suas próprias existências insignificantes pois já são medíocres o suficiente! 
Ela tem certeza de que se tivessem absoluto conhecimento desse fato desejariam suas próprias mortes com muita intensidade. Ao invés disso, infelizmente, estão de olhos vendados ora caminhando em círculos atrás de seus próprios rabos fúteis ora uivando de forma inútil à “lua” porque seu brilho ofusca excessivamente seus olhos à ponto de ter que vendá-los para não serem cegados!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Respeito é Essencial!

Poucas coisas são capazes de provocar em mim um dissabor tão incalculável quanto a falta de respeito. Essa desconsideração certamente caminha de mãos dadas com a humilhação e o desprezo, o que é inadmissível no convívio social de seres que se denominam "civilizados". Nunca foi e jamais será indício de superioridade se dirigir à alguém com soberba, pelo contrário só evidencia a má índole que se tem.
Há momentos em que uma dúvida cruel me toma por completo e passo à indagar, como será possível alguém bradar aos quatro ventos que ama se não possui um irrisório respeito com o outro?! Isso é apenas uma das muitas questões que não estou apta a responder sobre este assunto; por este motivo quando me faltam com respeito (que é o mínimo que um animal racional pode oferecer até mesmo por instinto natural à seu semelhante) é indescritível a revolta que se desenvolve em meu interior mas, por estar sob controle acaba por se manifestar em forma de mágoa e melancolia.
Querer se impor pela força pode se assemelhar a um ditador que diz amar o seu país quando na realidade o que o move são o egoísmo, a auto-afirmação e o domínio (poderio) que tal comando lhe concede. 
Perigoso é conviver com pessoas sem maturidade e caráter suficiente para lidar com as situações sejam  elas de pequeno ou grande porte; ao constatar que a "autoridade" outrora exercida lhe foge ao controle, as reações podem ser muito adversas. Ser objeto de tal desrespeito é tragicamente o fim se não for detectado há tempo hábil para se tomar medidas drásticas de libertação.
Que infantilidade amaldiçoada essa que rege a vida de tal indivíduo, sem respeito por nada nem ninguém, não se preocupa em ferir, magoar e ofender, numa imensa tortura psicológica que na maioria das vezes parece acontecer de propósito porque as lágrimas de outrem devem lhe render um prazer macabro e sinistro do qual se sustenta e o estimula a prosseguir deixando para trás um rastro de dor por onde passa. 
Ser superior independe de nível sócio-econômico implica em muito mais, em uma luz própria, algo inexplicável que é sentido pelo outro que tenta incessante roubar ou abafar aquele brilho que ele mesmo não é capaz de possuir, o tornando um hipócrita cheio de caprichos, um fútil e medíocre egocêntrico.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tempo

Nunca conheci nada mais relativo que o tempo, isso é fato! Embora tenha sido Einstein o primeiro a dar corpo à teoria, juntando os diversos fatos até então desconexos e os interpretando corretamente, muita gente já tinha conhecimento ou especulava à respeito de sua relatividade, como Galileu e Newton.
O tempo, segundo Aurélio, "é um meio contínuo e indefinido no qual os acontecimentos parecem suceder-se em momentos irreversíveis" e, quem pode dizer o contrário? Que nunca desejou intensamente que o tempo parasse em uma boa ocasião; e que nunca ambicionou que ele retrocedesse para uma nova chance de fazer diferente e/ou agir de outro modo?
Os gregos em sua sabedoria mitológica reconheciam o senhorio de chronos e sua inseparável companheira Ananke (a inevitabilidade), diria-se hoje que eles  ainda permanecem implacáveis e fazem questão de ostentar o seu poderio evidenciando como somos vulneráveis à eles. 
O que será preciso acontecer para que viva enquanto se pode, sem levar uma vida de punições, culpa e remorso? Qualquer um que quiser dominá-lo será um fracasso total antes mesmo de começar; o segredo que só é revelado para os que se aventuram a procurar, é administrá-lo da melhor maneira possível.
Na infância se quer ser adulto e parece que o referido se arrasta, porém após um período determinado como quem tenta recuperar o que ele mesmo perdeu, dispara a correr de tal maneira nos fazendo aspirar justamente o contrário. Confuso? Procure analisar, é verossímil e muito coerente! Não somos nós os indecisos e sim o tempo e sua relatividade característica. 
Para o que sofre ele é algoz, para o ferido é o bálsamo, para o desiludido a esperança, para o solitário um refúgio, para quem sente falta uma eternidade, para quem odeia um lampejo de vingança cotidiano... Há apenas uma questão que ele não trata (por não querer ou estar fora de seu alcance, desconheço a resposta!) curar feridas, apenas desvia a nossa atenção para o que possivelmente nos traz certa alegria mas, o que outrora nos afligiu permanecerá para sempre lá em meio as areias do passado podendo ser desenterrado à qualquer momento. Ele nos proporciona distração, em nenhuma circunstância amnésia, por isso tudo que começa deve ser terminado, sem outras pontuações que não sejam .
O tempo é covardemente utilizado com frequência como argumento para se finalizar relacionamentos dolorosos e impedir demais constrangimentos; tais pessoas que o utilizam como subterfúgio para tentar evitar "sofrimentos adicionais" são consideradas (sob o meu ponto de vista) desprezíveis por faltar com a capacidade e o caráter de expor o que sente e o que se passa, abandonando o outro em meio à um turbilhão de dilemas, "porquês"  e "se's" fazendo-o acreditar que o delito foi seu, quando na verdade foi apenas manipulado à fim de encobrir a má-índole do "companheiro". Por fim mas, não menos importante, vale ressaltar que o supracitado também pode e muito solidificar as bases de uma relação saudável; é crucial que ambos tenham um espaço para si haja visto que uma união (seja ela qual for) inicia-se de forma espontânea e deve permanecer assim, caso não indubitavelmente o declínio se origina fazendo com que cedo ou tarde, tenha um desfecho ao qual já se estava fadado, a derrota!