quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ruína

Já amaste desesperadamente? numa entrega alucinada, na ânsia de ser e fazer feliz o amado?
Já amaste cada gesto, cada olhar, cada palavra, cada mentira dita baixinho ao pé do ouvido?
Eu já amei, sim amei alguém que que não me deu valor e não era digno de toda devoção que dediquei. Já amei intensamente um menino assustado porque conseguia perceber por sob aquela falta de maturidade.
Amei cada segundo porque cuidava estar diante do homem da minha vida. 
Mas sabe o que vem depois? Violentamente a realidade que você se negava a aceitar lhe é incutida com um vigor extremo e nesse surto de realidade lhe desvendam os olhos e passas a enxergar claramente que SOMENTE VOCÊ quis, lutou, desejou, deu o sangue num campo de batalha por algo que apenas exauriu as suas forças e dizimou a capacidade de crer!
Por fim a mente estabelece um bloqueio automático que determina que a entrega jamais será algo bom, embora seja isso que todos nós buscamos incessantemente, algo que nos tire os pés do chão, nos coloque em órbita. 
Pergunta-se: - À quem dará o controle do seu coração se nem mesmo és capaz de domina-lo?!

What goes around comes back around dear! Seria bom que todos que vagam pelo mundo às custas do sofrimento alheio compensassem em dobro todas as lágrimas que fazem com que pessoas como eu se tornem quimeras descrentes no amor! 

É muito empenho não reconhecido! A nossa ambição é despertar no outro o desejo de ser uma pessoa melhor e evoluída! Mas ninguém almeja seguir este árduo caminho mesmo atinando que é a escolha mais honrada  a se fazer; se negam e nos negam a felicidade por algum fator que ainda desconheço mas que agora já não faz a mínima diferença!
Nós tornamos misantropos recolhidos à própria solidão; com aversão quase que natural à relacionamentos e à compromissos num geral (por seria diferente desta vez afinal?!); aceitando e supondo que merecemos todas as adversidades a que fomos submetidos mergulhamos num mar de auto-comiseração, o que com certeza será fatal!
O que difere e determina o certo e o errado? Gostaria muito de saber!

2 comentários:

  1. Não dá pra saber quando será diferente, a gente simplesmente vive. A não entrega é uma escolha assim como a nova entrega também é. Nos dois casos há risco, embora o risco de deixar de viver seja maior que o risco de ter que sofrer novamente. O problema é que com o tempo a gente se torna mais seletivo e acaba sendo algos do sofrimento alheio justamente por não conseguir amar. Mas uma hora acontece novamente, uma hora a gente se depara com alguém que ainda não desistiu ... e por que não tentar?

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    1. Boa colocação sr. Gustavo, em tese isso é muito bom porém, na prática entra tanto em jogo que por vezes não se obtém o sucesso tão ansiado devido à desnutrição sentimental em que se encontram os envolvidos; acabam por perecer pois parece a opção mais fácil e lógica do que lutar por algo que não se tem a mínima certeza de que dará certo dessa vez então, por que continuar insistindo?

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