sábado, 23 de dezembro de 2017

Como é difícil olhar de fora e entender o que se passa dentro...
É praticamente impossível para um par compreender completamente um impar.
São tantos demônios a serem domados, tantas negociações a se fazer, muitas concessões todos os dias... Há muitos jogos a serem jogados, acordos a serem fechados, tréguas e batalhas a serem travadas, mas ignoram que a guerra só termina com a morte do adversário.
Existem diversas maneiras de se lidar com as feridas da alma... algumas cicatrizam outras não... mas o que realmente importa é que a marca estará sempre ali, lembrando que você jamais será par, nem com seus pares. Lembrando que independente do que você, não há nada que possa mudar o passado ou fazer a dor ir embora de uma vez por todas.
É dividir o aluguel com um monstro sem direito a despejo. É ter que aprender a lidar com o monstro pois no fundo ele é tão vítima quanto você... É entender que ele É você!
Cada qual com a sua própria ferida tenta tratar as suas dores das mais diversas maneiras... não, eles jamais entenderão! Não cabe a ninguém julgar , nunca saberemos completamente os motivos que fazem alguém ser quem é fazer o que faz. Nunca sentiremos na pele a intensidade da dor que dilacera a sua alma... que o faz pensar nas piores coisas possíveis... que justifica sua falta de controle....
O olhar aberto nos permite observar um mundo paralelo... não belo... um mundo extremamente feio de doentes, feridos, machucados...de loucos... onde a maioria não tem cura... parte desses nem sabe que precisa de ajuda, outra parte não a quer e, apenas uma pequena porcentagem reúne todas as forças para se manter à tona e sob controle de si mesmo. Esses procuram manter a sanidade a qualquer custo e não se entregar... esses são os verdadeiros guerreiros! Os que merecem viver acima de qualquer outro pois, sabem exatamente o valor da vida e lutam por ela com unhas e dentes.
Não... não significa que eles nunca tentam pensando e até tentado desistir mas, está na sua veia continuar a qualquer custo... vivem pelo desafio de viver... pela adrenalina... porque ninguém mais conseguiria sob tais circunstâncias... 
É piedoso a forma com que as pessoas se esforçam pela empatia mas, jamais saberão de fato o que vai na alma desse forasteiro que se esforça para manter a normalidade e se encaixar numa sociedade que de fato não o comporta.
Os pares nunca saberão quão impar é a pessoa que os acompanha.
Talvez a única forma de ser verdadeiramente liberto, seja se aceitando da maneira que conseguir, fazendo acordos conforme a necessidade e se permitindo alguns jogos, escolhendo sua batalhas... negociando consigo mesmo. Reconhecer em cada impar a sua singularidade e aceitando isso também como seu fosse a si mesmo.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Be happy

Quem foi que disse que para ser feliz, nunca se deve sentir triste... ou insatisfeito... ou deprimido?
Há quem diga que só se pode atingir a felicidade e realização absoluta se permitindo... A vida é feita de escolhas dizem... então porque não escolher tudo? A felicidade tem a definição que damos a ela.
No caminho em busca da plenitude da alma aprendemos que não é necessário disfarçar as infelicidades. É apenas se permitir sofrer quando necessário pois isso faz parte do sentir... da humanidade, e dar valor ao que realmente importa focando nas coisas boas da vida.
Tem sido comum as pessoas dividirem com qualquer um suas angustias e dificuldades, no entanto percebe-se que quem opta por sorrir e guardar suas aflições para si é julgado pelos demais. A partir disso nos sentimos impelidos e até forçados a uma intimidade constrangedora; só porque a maioria se põe em situação vulnerável, não significa que temos que fazer, também é uma questão de escolha o que partilhar com os demais.
Por que não se pode sorrir todos os dias? Falam por aí que isso é infelicidade disfarçada mas, é hilário pensar em pessoas usando seus moldes sujos de derrotas para tentar enquadrar os demais. Uma coisa é a experiência que se tem e a ânsia de ajudar quem nos importamos... mas, há uma coisa que se chama respeito e repeitar é compreender que cada um tem sua história de vida, tem batalhas que não conhecemos e que provavelmente nunca vamos conhecer; respeitar é saber que o outro tem direto à escolhas e está além do nosso poder de atuação mudar isso. Respeitar é aceitar sem julgamentos. Há o momento de apoiar e aconselhar, se isto lhe for pedido... mas, a decisão final sempre será do outro.
Quando não lhe faltam bons motivos para sorrir... porque não focar neles para ser feliz na maior parte do tempo possível? O que eles veem de fora e torcem para que haja algo errado pois é impossível que seja verdade... é melhor ainda vivendo! O que a sociedade pode chamar de vida de aparências... definimos hoje como feliz!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Devoção

O carro entrou lentamente no estacionamento da praça e suavemente parou na vaga que lhe proporcionava o seu ângulo favorito do lugar. Tinha que entender... porque insiste em ficar próximo de pessoas que não lhe fazem bem?
É... faz parte do seu joguinho psicológico particular... aquele velho jogo de poder que ele teima em propor à si mesmo porém, sem nenhum propósito aparente. É deveras curioso esse gosto macabro por alternar entre os papéis de vítima e algoz dentro da própria mente.
Parte dessa loucura provém da crença de que, pode tocar as pessoas; da ânsia em marcá-las de forma que ele será lembrado para sempre... ele quer ser único de algum modo na vida dos que lhe são caros, e por isso procura o tempo todo fazer o que nenhuma outra pessoa faria. Acorda todos os dias e levanta para entregar o seu melhor, sai disposto a surpreender... comover... se doar... é isso que faz, é quem ele é. No entanto, se sente esgotado por investir em relações que na maioria das vezes não agregam nada em sua vida. É como uma via de mão única.
É claro, todos fazemos concessões o tempo todo para nos relacionarmos com as pessoas ao redor, afinal o contrário também é verdade... faz parte da política da boa vizinhança. Porém, deveria partir do principio que nem todos serão seus amigos íntimos, pois as pessoas exercem funções distintas na vida da gente conforme permitimos e aprender a lidar com essa ideia. Mas então porque, insiste em consentir adentrar sua privacidade pessoas que não mereciam estar lá? O duelo continua...
Sente-se impelido à iniciar um processo de desintoxicação... precisa começar internamente e expandir, alcançando tudo que considera relevante. Não é necessário se obrigar... nem se submeter à relacionamentos superficiais... muito menos ser escravo de suas próprias curiosidades e satisfações pessoais. Não, ele tem que estabelecer limites e entender em quais momentos se deixar levar por seus caprichos mentais, aprender a identificar quando está sendo prejudicado pelas suas escolhas. Tem que saber identificar o que de fato lhe trará satisfação... de quem a presença o fará crescer como pessoa... como ser humano... 
Sim, sente que é primordial e urgente se blindar, se preservar e instituir relações realmente profundas apenas com quem prova ser digno de confiança, quem comprova legítimo interesse em quem ele é de fato, que compreende seus dilemas e suas dúvidas pois também está cheio delas... num cenário sem julgamentos, sem falsos pudores, sem hipocrisia... 
Sabe que tudo isso não acontece de repente... confiança é fruto de muita dedicação no cultivo. Vínculos autênticos são construídos sob bases sólidas de amizade sincera... de amor puro e simples... e, é só através dele que se pode alcançar relacionamentos plenos e duradouros. 
Ele deseja intimamente poder ir à um baile sem máscaras e se divertir como nunca; poder se sentir realizado, apenas por desfrutar da companhia das pessoas que escolheu para estar junto...
Ele anseia unicamente pela energia que recarrega, que impulsiona... está exausto da negatividade sugando sua juventude, das cobranças desnecessárias, dos julgamentos precipitados! Definitivamente não precisa disso.
A cada pensamento desenrolado, uma certeza... já encontrou a reciprocidade! Ela é sublime e acompanha os realmente livres!
Lentamente começa a manobrar para ir embora... A sociedade exige que sejamos bondosos e gentis à seus moldes, numa definição imunda que beneficia apenas alguns muito interessados em que nos comportemos "adequadamente"... Mas, não... Para ele, a perigosa liberdade não será fatal, será a chave do seu sucesso pessoal.


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

She

Ela é aquela pessoa irresistível que tem o poder de aparecer em qualquer lugar em que ele esteja.
Não importa o que se faça, nem pra onde se corra... ela está ali, esperando pacientemente pela sua atenção...
Sabe que é ignorada porém, tem consciência que uma inserção ou outra alguma hora será assimilada. Não tem pressa alguma...quase como quem degusta um cigarro, é assim que ela aguarda...
Quase como se fosse possível, ele a vê em todos os lugares, mesmo após momentos felizes se faz presente... como quem diz "isso é uma farsa! Você só será feliz se aceitar vir comigo!"
Ela é nojenta e repulsiva, ao mesmo tempo linda e adorável.. costuma lhe dizer com carinho que entende seu cansaço. Por vezes, afaga seu rosto para ajudar a enxugar as lágrimas que ela mesmo fez cair.
Os dois são amantes desde tempos imemoráveis mas, ele sabe que ela o manipula... atrai, seduz... para depois destrui-lo por completo como fez e faz com tantos outros. Ela não é fiel, e se orgulha disso!
Muitos tem uma concepção equivocada sobre como ela se apresenta; ela te envolve, te inebria, te oferece tudo que você sempre quis... Se ela mente? Não sei! Mas tem horas que a vontade de sucumbir aos seus olhos reluzentes, à sua paciência invejável é tão intensa que por alguns segundos esquecemos sua origem e seu objetivo final.
É fato, ela flerta com ele todos os dias e... ao seu menor descuido, irá tomá-lo para si...e então, não será de mais ninguém!

sábado, 16 de setembro de 2017

Um brinde ao Imprevisível!

O que te surpreende?... Um abraço inesperado? uma atenção que não julga merecer? um presente? Uma mensagem de bom dia? O que te faz sentir especial?
Todos os dias nos deparamos com pequenos gestos e atitudes que podem impactar de forma positiva nossas vidas, nos cabe estarmos atentos aos sinais de carinho e admiração que as pessoas demonstram por nós e, se deixar ser nutrido por esse afeto espontâneo e sincero. Quantas vezes já não perdemos a oportunidade de viver plenamente momentos felizes simplesmente por não reconhece-los? 
Deveríamos dar uma pausa na correria diária à cada uma dessas interrupções, e a aproveitar para fazer além de uma recarga de energia, uma auto-reflexão sobre como temos conduzido nossos relacionamentos interpessoais... sobre como damos mais "valor" ao que nos acontece de ruim ou à quem nos decepciona do que à todos os outros que nos querem bem e nos amam das mais diversas maneiras. Sobre como gostamos de olhar para a grama do vizinho que sempre parece mais verde...
Até quando nosso foco será voltado para as relações mesquinhas? até quando permitiremos que o desprezo de alguns cause uma devastação em nossas almas? até quando seremos violados em nosso próprio sentimento?...Até quando vamos alimentar expectativas de reciprocidade em relações em que o carinho é unilateral?... 
Não...não podemos! Não podemos deixar ser invadidos por emoções que não são inerentes à nossa essência...  Não devemos deixar que situações que podem ser insignificantes nos causem abalos estruturais! Não podemos perder a inocência no olhar, a pureza do sentimento, a nobreza da fé das pessoas! Não devemos deixar que nos roubem a alegria em estar vivo!
Te convido... à fazer uma recarga lenta de energia à cada momento especial no dia-a-dia, por mais simples que pareça ser... se nutrir do carinho e afeição que nos são dispensados e, criar uma barreira para que não estejamos tão vulneráveis às decepções. Dar um novo significado aos detalhes extraordinários que só conseguem ser vistos por olhos que estejam alertas à grandiosidade deles. Te convido... Me convido... a dar real valor às coisas e pessoas que nos completam, que nos fazem sentir bem, que nos transformam a cada dia no melhor que podemos ser.


terça-feira, 16 de maio de 2017

O Segredo do Sucesso

O que você tem feito para mudar seu destino? Quais escolhas tem feito pra alterar uma realidade que não é o que planejou para si mesmo?
Você é o que fizeram de você ou o que fez com o que fizeram de você? 
Ao observar os demais em suas lutas diárias, você aprende com seus erros ou arruma desculpas para seu fracasso pessoal?
Enquanto não admitirmos que nosso desempenho enquanto ser humano depende apenas de nós mesmos, seremos apenas projetos falidos daquilo que poderíamos ter sido.
Devemos ser a mudança que queremos ver...na sociedade, nas pessoas!
Com atitudes pautadas em honra e justiça não há nada que não possamos conquistar, basta querer!
Quando falo em trilhar o caminho mais fácil e chegar onde todos chegam, porque não escolher o outro caminho que, apesar de mais sinuoso e árduo vai te levar ao sucesso, à realização, ao conhecimento? Sobretudo, conhecimento de si mesmo.
Não é sobre oportunidade é sobre persistência; não é sobre ter muitas opções, é sobre não ter nenhuma; não é sobre sorte é sobre guerra constante.
Por diversas vezes em nossas vidas nos deparamos com a possibilidade e liberdade de escolher o que faremos que, tornará nossa existência mais significativa. Cada decisão que tomamos no passado ou, que tomaremos hoje irá refletir em nosso futuro e, de formas que nem imaginamos ser possíveis.
Não é sobre se prostrar, é sobre ser resiliente!
Antes de falarmos que não tivemos oportunidades na vida, deveríamos refletir sobre quantas dessas nós desperdiçamos...sobre quanta ajuda já tivemos, as vezes de pessoas que guardaram suas próprias lutas no bolso para nos proporcionar o auxilio e apoio que não tiveram.
Não é sobre sucesso repentino, é sobre chorar à noite com tantos problemas pra resolver que espantam o sono e, acordar pela manhã se obrigando a sobreviver por mais uma dia.
Será que de fato somos justos quando fazemos outras pessoas carregarem cargas que deveriam ser nossas? Ou quando as fazemos pensar que somos incapazes de assumir responsabilidades?
Não é sobre cair, é sobre sempre se levantar; não é sobre ser ajudado é sobre ser um guerreiro, um sobrevivente!
Até quando seremos covardes o bastante pra culpar situações externas por questões que são puramente internas? Até quando vamos choramingar pelos cantos, mendigando coisas que seriam insignificantes caso tivéssemos hombridade suficiente pra irmos atrás do que queremos conquistar?
Somos todos capazes de alcançar os objetivos à que nos dispusermos, desde que tenhamos foco e perseverança. Não há limites para o que podemos suportar e superar. Desistir nos primeiros obstáculos? Isso é coisa para fracassados! O pior deles é o que se deixa vencer, aceita o título que as dificuldades lhe impõem, abaixa a cabeça e, soberbo não reconhece que é mais doloroso recomeçar diversas vezes do que se deixar moldar de uma vez por todas.
Não. Definitivamente não é sobre maldição, é sobre ser tão abençoado que consegue aprender cada lição mesmo com dor e lágrimas pois sabe que as alegrias compensam em proporção dobrada. É saber sacrificar um momento e em troca ganhar vários deles.
Não temos o costume de tentar nos colocar no lugar do outro mas, se pudêssemos fazer isso por apenas um minuto, saberíamos que as pessoas bem sucedidas desse mundo são as mais calejadas, são aquelas que aprenderam à duras penas o preço do sucesso.

domingo, 5 de março de 2017

Valorize

É incrível quantas coisas estamos dispostos a pagar para consertar e, quando alguém vem e recupera espontaneamente, por muitas vezes não tem de nós nada além de uma gratidão momentânea, superficial. Mas, não vamos falar sobre gratidão propriamente dita e sim, sobre valorização.
Porque será que damos mais valor ao que um estranho ou não tão próximos fazem e "desprezamos" o que fazem por nós aqueles que nos são mais íntimos? (Parentes, parceiros e amigos)...
Ao pensar no quanto já magoamos por achar que um pessoa de fora tem uma visão privilegiada do todo, tento mensurar toda a dor que causamos aos que amamos.
Não! ninguém tem obrigação de estar aos nossos pés o tempo todo, cuidando do nosso bem-estar; não temos o direito de exigir nada do outro e se, mesmo assim o fazem, devem ser mais valorizados e amados ainda. Gostamos que as pessoas estejam à disposição para nos atender mas, e nós? o que temos oferecido em troca além de uma gratidão mesquinha? Temos dado o devido valor à quem amamos?
Tudo isso fala do amor que desprendem à nós e, nós aos demais. Todos já fizemos "favores", gentilezas e coisas que demandaram as vezes muito esforço para serem alcançados para então poder dispor ao outro; sim, quem ama de verdade não se importa com os obstáculos mas, e o outro? o que não dá valor, o que explora? o que acha merece ser servido por todos e nunca tem nada para oferecer?
Parecemos viver ultimamente um regime de exploração, onde os hospedeiros oferecem tudo de si e se vêem abandonados quando a morte por inanição afetiva se aproxima.
Volto a repetir, amar também é dizer não as vezes e, que poder há no não! Existem nuances para quem ama incondicionalmente, há muitas faces do amor e, proporcionar o aprendizado para aqueles que não conseguem se desenvolver tendo todo o suporte necessário, talvez seja o mais doloroso (...o amor tudo suporta - ICo13:7) porém, essencial.
Chega um momento em que trabalhar pelo outro já não adianta mais, ele vai ter que aprender por si mesmo as lições que a vida precisa ensinar...porque não quis aprender, ignorou as orientações de quem o amava e/ou não valorizou o auxílio que recebeu.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Desafio de Viver

Há diversas maneiras de se viver a vida e, elas me despertam enorme curiosidade. 
Durante muito tempo achei que só existia uma forma de se fazer isso e, que todas as pessoas que não viviam intensamente seus desejos e ambições estavam jogando fora suas existências, desperdiçando seu tempo tão precioso. Lentamente começo a aceitar que cada pessoa leva a vida de acordo com o que considera relevante para o momento e que sim! Isso também é viver!
Embora pareça uma constatação óbvia, compreender o que de fato isso significa vai muito além da teoria...demanda experiência de vida.
A beleza e satisfação moram nos detalhes que, por muitas vezes passam despercebidos porque estamos ocupados demais ou distraídos; deixamos de admirar as particularidades que nos são apresentadas todos os dias. Porém, há algumas pessoas, para as quais as coisas simples da vida são apenas um ponto de partida para desfrutar de muito mais que ela tem para oferecer. Para essas pessoas, a falta de ambição (ou ambições diferentes das suas) dos outros é agoniante. 
Enquanto alguns sentem segurança em suas rotinas, outros veem nisso um confinamento, quase que uma masmorra que os aprisionada e os mata lentamente. Até aceitarmos e compreendermos que cada ser humano tem sua própria definição do que é viver, existe um longo caminho.
Por que seria ingratidão não se contentar com as coisas habituais que lhe são proporcionadas? Parece haver tanto mais à se descobrir...à se experimentar que, é difícil conceber a ideia de alguém possa ser feliz e se considerar vivendo com um mundo e/ou campo de visão tão limitado. Chega a ser torturante para quem observa ou convive.

No entanto, quem poderá dizer o que é viver no sentido pleno da palavra, além de todas as definições que o dicionário proporciona? Quem poderá dizer como tornar realidade todas aquelas palavras? Somente cada individuo sabe dizer com propriedade o que faz com que sinta seu coração bater mais forte e o sangue disparar pelas veias.
A consciência de que cada ser humano é responsável pela própria existência nos pouparia de vários problemas alheios que gostamos de adotar. Eventuais problemas tem pai ou mãe, não são órfãos...tem seus responsáveis! É fundamental compreendermos que há um limite entre a empatia e a incumbência de carregar alguém nas costas; até porque, hora ou outra você vai arcar apenas com o ônus enquanto o bônus é dado à outra pessoa.
Digo seguramente que a única maneira de viver plenamente é tendo liberdade. Liberdade pra ser o que quiser ser e como quiser, desde que lhe faça sentir completo e realizado. Quando você começa a libertar-se de si mesmo, passa a observar as coisas sob outro ângulo, se abre à pontos de vista completamente novos (que estavam ali o tempo todo), além de ajustar seus níveis de tolerância e complacência.
Independente do que pensamos á respeito, cada pessoa vive a sua vida da maneira que melhor lhe convém e não cabe à nós julga-la por isso.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Reverso

Há de se compreender que, as pessoas não são iguais umas às outras; para isso levamos em consideração que há vários fatores à serem ponderados como história de vida, experiências adquiridas e principalmente pontos que não temos conhecimento. 
Na inocência da busca pela plenitude espiritual como entender que nem todos considerados amigos o são de fato? Como aceitar que sua felicidade e realizações são como uma cama de espinhos que tira o sono de muita gente? Sim, há de se compreender o reverso da medalha, no entanto permanece sendo difícil não se deixar atingir por determinadas atitudes. 
Inesperadamente alguém se sente incomodado pela liberdade alheia e, se esquece que a sua própria liberdade termina onde começa a do outro. Até que ponto nos damos o direito de perturbar a paz de outrem para mostrar que ela nos causa desconforto? Para mostrar ao mundo o quanto nos sentimos miseráveis?
Situações constrangedoras acontecem o tempo todo e, a pergunta vem de forma involuntária, onde será que foi parar o bom senso das pessoas? Será que elas nunca o tiveram? Seria uma questão de bom senso mesmo ou de falta de caráter? 
Cada ser tem sua própria trajetória, suas lutas diárias, suas infelicidades tanto quanto recompensas a cada batalha vencida... Ainda que não haja aceitação do próprio 'eu' não podemos e não temos direito de julgar os demais pois, jamais saberemos de toda a trama da vida de alguém.
Invejar é muito fácil, reflete para o mundo a nossa angústia, o nosso descontentamento, a nossa falta de amor próprio... é não ter ou ter algo (o que é pior) e, não querer que o outro tenha! Procurar prejudicar alguém, seja da maneira que for é cruel, é baixo...e acaba mostrando a nossa verdadeira face amargurada. Afinal, ninguém pode ser tão feliz como aparenta ser! --- Não é mesmo?! ---
Durante a caminha somos obrigados a lidar com os mais variados perfis de pessoas mas, as mais dispensáveis em nossas vidas são aquelas amargas e ingratas para as quais nada nunca está bom. Elas minam qualquer energia positiva e contagiam todos ao redor,  os envolvendo numa aura obscura, como uma fruta podre que contamina as demais ainda na árvore.
Mais uma vez pergunto: - Quando os humanos irão aprender a viver em sociedade? A serem mais tolerantes, benevolentes, sinceros...quiçá amorosos?!
A compaixão deveria fazer parte de nossa estrutura, então saberíamos chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Aprender

Observar em silêncio a esperança se esvaindo; cada passo cansado deixando para trás mais uma gota de suor... um pedaço de si... Está exausto e pensa em desistir.
É excruciante ver sofrer a quem se ama e não poder fazer nada. Não quando se já foi tentado tudo que poderia, que deveria. Nada a ser feito, não agora, não mais. 
Quando todas as possibilidades já se esgotaram, a dor ainda permanece, a dor causada pela sensação de impotência. Como salvar alguém de si próprio? Como livrar a quem lhe é querido das agruras da vida, quando o que advém sobre ele são nítidas consequências de lições não dantes aprendidas por ele próprio?
Compreender que cada um tem seu tempo de aprendizado e que temos que respeitar esse tempo talvez seja uma das coisas mais difíceis a se assimilar. Chega um momento em que a única coisa que nos resta fazer é nos afastar e torcer para que tudo dê certo no final. Creio piamente que o "não", a partir de um certo limite, é a maior prova de amor que se pode dar à alguém.
Quando falamos em prova de amor ao dizer 'não', não nos ocorre que iremos sofrer igualmente e até mais que a pessoa em questão. Principalmente quando temos que ser firmes em nossa decisão e permitir que se aprenda com seus próprios erros e equívocos. Conhecimento e aprendizado não precisam ser doloridos mas quando são, valem cada segundo; são coisas as quais ninguém nos tira.
Nenhuma dor é tão dilacerante quanto quando sofremos por nós e pelo outro. Quando mesmo despedaçados das nossas próprias batalhas diárias, mesmo achando que somos nós quem precisamos de ajuda, temos a sensibilidade de se colocar no lugar de outrem.
Com o passar do tempo a vida nos ensina que apesar de tudo ter sua razão de ser, não faz doer menos saber disso. 
Corrói por dentro o sentimento de "mãos atadas" ao ver a vida fazer o seu trabalho de lapidação pois, só reconhece a dor da pressão quem um dia já sofreu com isso. Até que finalmente entendemos que o mais Sábio é ser flexível.
As vezes se afastar e deixar com que as coisas sigam seu fluxo natural é a única ação sensata a se tomar. Sim, aprender dói e, sábio daquele que o faz apenas observando os demais.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Be Strong

Hoje uma garotinha me falou "Eu nunca posso chorar!", e ao ser questionada respondeu "Não sei mas, quando me sinto triste todos acham que é frescura. As vezes sinto que todas as outras crianças tem o direito de se machucar e chorar, menos eu!"

Pensei se não é isso que a vida faz com conosco de tempos em tempos. Nos joga na cara o quanto é necessário ser forte e como não temos escolha. Todos os dias a expectativa, uma postura a se assumir. São pessoas que tem a obrigação de serem fortes sempre, não devem chorar, não podem demonstrar insegurança em nenhum momento, e devem se manter impassíveis diante das agruras cotidianas enquanto todos à sua volta aparentemente tem todo o amparo de que necessitam. Cruelmente para algumas pessoas não foi dado o poder de decisão entre uma coisa e outra.
Seja forte, é isso que todos esperam que você seja, nada menos que isso. Os únicos momentos em que pode se permitir são delimitados por espaço e tempo, devem ser programados e separados para tal finalidade.
A vida não representa ser muito justa nessas horas e, passamos a nos sentir como aquela menina (fragilizada, sozinha, sensível); porém enquanto adultos, esses pensamentos vem acompanhados de uma certa revolta, um sentimento de injustiça porque, à medida que com alguns (apesar de cada particularidade) a vida representa ser mais benevolente, com outros é severa, inflexível. A conclusão a que se pode chegar é que algumas pessoas realmente são mais fortes que outras pois, quando não se tem outra opção você se torna.
Não que a tristeza não aperte de vez em quando porque, sim! Você tem sentimentos!
Não que a vontade de desistir da vida não apareça de vez em quando porque, sim! Você também se sente fraco e cansado as vezes!
O fato de não se ter opção não exclui todo o resto de uma vida comum, cheia de altos e baixos; talvez até esses pontos sejam acentuados por essa razão, trazendo mais desconforto no dia a dia e eventuais crises de desolação.
Não há formula secreta que diga se essa luta pode ser superada ou até quem sabe vencida; algumas das pessoas mais brilhantes da história já sucumbiram e perderam a batalha para si mesmo. Quem os poderá julgar? Quem poderá dizer com propriedade quais lutas diárias enfrentavam em suas mentes? Quem os teria estendido a mão se soubesse?
Talvez a solidão da alma seja o real mal do século e quanto mais tentamos nos aproximar uns dos outros, mais nos ferimos e nos afastamos. Aparentemente não sabemos viver em sociedade e, qual seria o patamar de evolução aceitável para conseguirmos esse feito em sua plenitude?
Até que encontremos a resposta muitos vão ficando pelo caminho... ou porque não resistem ou porque não querem mais resistir.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Felicidade

E quando você se dá conta que não se pode ser feliz o tempo todo? Andamos criando uma cultura de que o mundo é belo e todos seus habitantes estão satisfeitos e alegres 24h por dia. De fato o mundo é maravilhosamente belo mas, será que tudo que reluz é ouro? Não! Diria minha oma*.
Acabamos por criar um ambiente de extremos onde somos obrigados a escolher uma coisa ou outra e, nunca "e". Onde fica o equilíbrio que temos buscado desde tempos imemoráveis?
Parece evidente que também precisamos da nostalgia, de uma dose moderada de dor e talvez até um leve sofrimento para compor essa receita, para nos fazer vivos realmente. É evidente que uma vida realizada demanda muito mais ingredientes, como por exemplo, a capacidade de descobrir o que realmente faz nosso sangue correr mais rápido pelas veias.
Diria apenas que não se é feliz, se está feliz. 
A felicidade real é composta por cada detalhe da nossa vida, em nossas mais complexas experiências, sejam elas boas ou ruins pois, no fim são elas quem proporcionam o aprendizado necessário para que sejamos felizes de verdade.
Seria até mesmo hipocrisia afirmar que podemos viver plenamente sem esses elementos mais desagradáveis; não se pode reconhecer a plenitude sem que se tenha algo à que comparar, não se pode dar o devido valor aos bons momentos sem que tenhamos experienciado os maus. 
Há quem formule as mais variadas teorias de como alcançar o nirvana mas, quem poderá dizer verdadeiramente o que lhe completa, o que lhe faz sentir vivo, realizado? Melhor do que ver a vida do ângulo do outro é vivê-la sob seu próprio prisma, é descobrir sozinho o que lhe faz fechar os olhos e suspirar de satisfação, o que lhe faz a bochechas corarem, o que faz o seu coração bater mais forte.
Qualquer experimento que gere conhecimento sobre si mesmo é considerado válido e, quem melhor para viver sua vida do que, nada mais nada menos, que você mesmo?!
A vida é, de fato muito curta para vivermos em privação, para alimentarmos medos que outros desenvolveram a partir de suas tentativas mal sucedidas; para nutrirmos nossos próprios medos em relação à águas passadas. O que passou ficou para trás, parece redundante mas, precisamos assimilar a ideia de que somente olhando com coragem para o que está à nossa frente e nos munindo das experiencias do passado e presente é que vamos construir um futuro do qual ao final da vida poderemos nos orgulhar.
Felicidade não é a ausência de tristeza e sim saber lidar com essas situações sem os quais não se pode viver completamente. Felicidade não é uma condição, é um estado de espirito. 



*do alemão, avó.