Hoje uma garotinha me falou "Eu nunca posso chorar!", e ao ser questionada respondeu "Não sei mas, quando me sinto triste todos acham que é frescura. As vezes sinto que todas as outras crianças tem o direito de se machucar e chorar, menos eu!"
Pensei se não é isso que a vida faz com conosco de tempos em tempos. Nos joga na cara o quanto é necessário ser forte e como não temos escolha. Todos os dias a expectativa, uma postura a se assumir. São pessoas que tem a obrigação de serem fortes sempre, não devem chorar, não podem demonstrar insegurança em nenhum momento, e devem se manter impassíveis diante das agruras cotidianas enquanto todos à sua volta aparentemente tem todo o amparo de que necessitam. Cruelmente para algumas pessoas não foi dado o poder de decisão entre uma coisa e outra.
Seja forte, é isso que todos esperam que você seja, nada menos que isso. Os únicos momentos em que pode se permitir são delimitados por espaço e tempo, devem ser programados e separados para tal finalidade.
A vida não representa ser muito justa nessas horas e, passamos a nos sentir como aquela menina (fragilizada, sozinha, sensível); porém enquanto adultos, esses pensamentos vem acompanhados de uma certa revolta, um sentimento de injustiça porque, à medida que com alguns (apesar de cada particularidade) a vida representa ser mais benevolente, com outros é severa, inflexível. A conclusão a que se pode chegar é que algumas pessoas realmente são mais fortes que outras pois, quando não se tem outra opção você se torna.
Não que a tristeza não aperte de vez em quando porque, sim! Você tem sentimentos!
Não que a vontade de desistir da vida não apareça de vez em quando porque, sim! Você também se sente fraco e cansado as vezes!
O fato de não se ter opção não exclui todo o resto de uma vida comum, cheia de altos e baixos; talvez até esses pontos sejam acentuados por essa razão, trazendo mais desconforto no dia a dia e eventuais crises de desolação.
Não há formula secreta que diga se essa luta pode ser superada ou até quem sabe vencida; algumas das pessoas mais brilhantes da história já sucumbiram e perderam a batalha para si mesmo. Quem os poderá julgar? Quem poderá dizer com propriedade quais lutas diárias enfrentavam em suas mentes? Quem os teria estendido a mão se soubesse?
Talvez a solidão da alma seja o real mal do século e quanto mais tentamos nos aproximar uns dos outros, mais nos ferimos e nos afastamos. Aparentemente não sabemos viver em sociedade e, qual seria o patamar de evolução aceitável para conseguirmos esse feito em sua plenitude?
Até que encontremos a resposta muitos vão ficando pelo caminho... ou porque não resistem ou porque não querem mais resistir.
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