sábado, 11 de fevereiro de 2017

Reverso

Há de se compreender que, as pessoas não são iguais umas às outras; para isso levamos em consideração que há vários fatores à serem ponderados como história de vida, experiências adquiridas e principalmente pontos que não temos conhecimento. 
Na inocência da busca pela plenitude espiritual como entender que nem todos considerados amigos o são de fato? Como aceitar que sua felicidade e realizações são como uma cama de espinhos que tira o sono de muita gente? Sim, há de se compreender o reverso da medalha, no entanto permanece sendo difícil não se deixar atingir por determinadas atitudes. 
Inesperadamente alguém se sente incomodado pela liberdade alheia e, se esquece que a sua própria liberdade termina onde começa a do outro. Até que ponto nos damos o direito de perturbar a paz de outrem para mostrar que ela nos causa desconforto? Para mostrar ao mundo o quanto nos sentimos miseráveis?
Situações constrangedoras acontecem o tempo todo e, a pergunta vem de forma involuntária, onde será que foi parar o bom senso das pessoas? Será que elas nunca o tiveram? Seria uma questão de bom senso mesmo ou de falta de caráter? 
Cada ser tem sua própria trajetória, suas lutas diárias, suas infelicidades tanto quanto recompensas a cada batalha vencida... Ainda que não haja aceitação do próprio 'eu' não podemos e não temos direito de julgar os demais pois, jamais saberemos de toda a trama da vida de alguém.
Invejar é muito fácil, reflete para o mundo a nossa angústia, o nosso descontentamento, a nossa falta de amor próprio... é não ter ou ter algo (o que é pior) e, não querer que o outro tenha! Procurar prejudicar alguém, seja da maneira que for é cruel, é baixo...e acaba mostrando a nossa verdadeira face amargurada. Afinal, ninguém pode ser tão feliz como aparenta ser! --- Não é mesmo?! ---
Durante a caminha somos obrigados a lidar com os mais variados perfis de pessoas mas, as mais dispensáveis em nossas vidas são aquelas amargas e ingratas para as quais nada nunca está bom. Elas minam qualquer energia positiva e contagiam todos ao redor,  os envolvendo numa aura obscura, como uma fruta podre que contamina as demais ainda na árvore.
Mais uma vez pergunto: - Quando os humanos irão aprender a viver em sociedade? A serem mais tolerantes, benevolentes, sinceros...quiçá amorosos?!
A compaixão deveria fazer parte de nossa estrutura, então saberíamos chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Aprender

Observar em silêncio a esperança se esvaindo; cada passo cansado deixando para trás mais uma gota de suor... um pedaço de si... Está exausto e pensa em desistir.
É excruciante ver sofrer a quem se ama e não poder fazer nada. Não quando se já foi tentado tudo que poderia, que deveria. Nada a ser feito, não agora, não mais. 
Quando todas as possibilidades já se esgotaram, a dor ainda permanece, a dor causada pela sensação de impotência. Como salvar alguém de si próprio? Como livrar a quem lhe é querido das agruras da vida, quando o que advém sobre ele são nítidas consequências de lições não dantes aprendidas por ele próprio?
Compreender que cada um tem seu tempo de aprendizado e que temos que respeitar esse tempo talvez seja uma das coisas mais difíceis a se assimilar. Chega um momento em que a única coisa que nos resta fazer é nos afastar e torcer para que tudo dê certo no final. Creio piamente que o "não", a partir de um certo limite, é a maior prova de amor que se pode dar à alguém.
Quando falamos em prova de amor ao dizer 'não', não nos ocorre que iremos sofrer igualmente e até mais que a pessoa em questão. Principalmente quando temos que ser firmes em nossa decisão e permitir que se aprenda com seus próprios erros e equívocos. Conhecimento e aprendizado não precisam ser doloridos mas quando são, valem cada segundo; são coisas as quais ninguém nos tira.
Nenhuma dor é tão dilacerante quanto quando sofremos por nós e pelo outro. Quando mesmo despedaçados das nossas próprias batalhas diárias, mesmo achando que somos nós quem precisamos de ajuda, temos a sensibilidade de se colocar no lugar de outrem.
Com o passar do tempo a vida nos ensina que apesar de tudo ter sua razão de ser, não faz doer menos saber disso. 
Corrói por dentro o sentimento de "mãos atadas" ao ver a vida fazer o seu trabalho de lapidação pois, só reconhece a dor da pressão quem um dia já sofreu com isso. Até que finalmente entendemos que o mais Sábio é ser flexível.
As vezes se afastar e deixar com que as coisas sigam seu fluxo natural é a única ação sensata a se tomar. Sim, aprender dói e, sábio daquele que o faz apenas observando os demais.