O que seria um perdão imerecido? Eu te digo caro leitor, parafraseando Platão, o perdão é próprio de almas generosas isto é, não se decide perdoar, isto já está intrínseco em sua índole. É aquela pessoa que não consegue, nem querendo e sabendo que o outro merece ser o alvo de sua ira, se deixar levar por este sentimento tão mesquinho que é o ressentimento. Devido a isso e a falta de maturidade e/ou até caráter de alguns, acabam se tornando presas fáceis na sua incessante busca pelo amor.
Ouve-se muito falar em corações partidos e desilusões, no entanto pouco ou quase nada se fala sobre esses, aqui por mim designados, assassinos de sonhos. Mulheres num geral são potenciais serial killers, nunca sabem o que querem e como consequência não reconhecem quando encontram; homens românticos, crentes no amor e em suas capacidades miraculosas são suas principais vítimas, embora estejam em extinção justamente por causa disso. Elas seduzem e inebriam os imprudentes para depois os afogar em um sem fim de ilusões e "se's", como uma maldita sereia moderna fazendo com que se percam os navegantes desavisados e por vezes destinando-lhes somente o óbito emocional.
Numa crença um tanto infundada de que mulheres são frágeis e precisam de proteção se deixam enganar; todo o ser vivente tem o poder em suas mãos de trilhar o caminho que se deseja e por vezes não se sabe o que quer, isto é natural mas, saber o que 'não' se quer já é metade do caminho.
Pessoas que culpam outras e vivem se desculpando são nitidamente covardes em busca de um cristo à quem julgar por seu próprio medo de viver e enfrentar os desafios da vida. Já dizem as más línguas que, quem quer arruma um jeito, quem não quer, uma desculpa! Triste fato!
Quando se cai na cilada de amar uma pessoa indigna de forma muito intensa, o empenho à que se é submetido é incalculável, as conseqüências imprevisíveis, o fim é certo e quase sempre a única coisa que provém de um relacionamento assim é a experiência, com a certeza de que nunca mais se quer passar por tal situação, a de amar uma criatura totalmente desprovida da capacidade de retribuir o cuidado dispensado.
O ser que merece o seu perdão dificilmente precisará dele e, quando precisar não terá de pedir pois o que não é digno dele, precisará com frequência e geralmente pelo mesmo motivo, tornando latente ao outro envolvido na relação as reais intenções e a bárbara manipulação à que está sendo submetido.
Na atualidade, aqueles regidos pelo amor são taxados de tolos e, talvez sejam mesmo por procurar com tanto afinco algo que está cada vez mais raro, alguém que seja merecedor de sua entrega incondicional; uns encontram, outros não tem tanta sorte mas, uma coisa é certa, é muito melhor estar só do que acompanhado por um parasita sentimental que te abandonará cada vez que sua força vital estiver no fim e retornará assim que estiver recuperado para poder continuar fornecendo o que é substancial para a sua existência, a "entrega". A ciência de que o coração de alguém está à disposição pode ser fatal para seu portador.
A certeza de saber o que o outro sente pode gerar no amado uma falsa sensação de segurança enquanto que no "companheiro" por sua vez produz um comodismo que afeta toda a relação, sendo que o fundamento de uma relação saudável é a confiança mútua de um sentimento verdadeiramente recíproco.
Quando apenas um dos envolvidos se doa os efeitos colaterais são inúmeros que podem, não com facilidade mas sim, serem corrigidos se tiverem coragem de se permitir um novo amor, um que realmente mereça toda a atenção dispensada e retribua com a intensidade e a sinceridade há tanto merecida e esperada.
A sabedoria quanto a isso reside em saber dispensar aí um perdão definitivo, o perdão da renúncia, do adeus, para então darem valor à todas as vezes em que foram perdoados e jogaram a chance que tiveram de fazer diferente no lixo. Isso faz que se arrependam imensamente até conseguir perdoarem a SI MESMO por terem perdido aquela que poderia ter sido a chance de felicidade plena da sua vida. Por fim, corrigindo uma máxima que li outro dia: Só sabe o que é perdão quem já muito perdoou porém, nunca precisou dele!
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