Clamou a mulher ao seu Rei,
E de uma semente amarga, dei à luz frutos doces,
Dois anjos azuis, pequenos guerreiros precoces;
Fazedores de sorrisos em meio às lágrimas, companheiros em quem me agiganto, razão do meu encanto!
Guardiões do sentido da minha vida, estrelas das minhas manhãs, acalanto do meu pranto...
Pranto do não-existir, do não-entender, do não-aceitar, do não-conformar...
Seberino me ensinou os primeiros passos da grande arte de pensar;
Faria tudo outra vez, contudo, jamais faria o que tenha a liberdade como preço,
Não saberia esboçar um novo futuro sem razão de haver um recomeço...
Escureço a vista, esmoreço os passos e os dias anoiteço!
À quem clamarei? À quem te manisfestarias, ó Rei?
Qual a razão da minha súplica? Se és Rei e fazes apenas o que queres?
Qual seria a diferença da minha petição para as de outras mulheres?
Apenas registrando oscilações de normalidade e loucura surreal;
Não caibo no meu coração, perco as rédias da inquietação,
Meus pensamentos raptam a minha noção e a razão do meu coração;
Faço par com a solidão no meu mar de ideias sem sentido aparente,
Intelectualizo a minha tristeza com um bom rótulo aos que preferem um sorriso contente;
Paulatinamente também sou Paula e também sou Farias;
Não sou santa mas sou Santos e trago comigo as lições de um Seberino,
Sou Catarina, filha de um pensador, uma sonhadora nesse mundo libertino;
Do meu caminho sou autora, não espero que me aponte;
Questionadora do óbvio, pensadora nata,
Ana Paula Santos Seberino Farias; Entre letras e pensamentos também sou uma acrobata!
Autoria: Igor Campos
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