Escrevo-te estas rápidas palavras para que do teu dia não roube muito tempo, busco através desta apenas saber como você está. Num âmbito geral se trata disso, me certificar que você está bem, que vai ficar, que está/será feliz.
Já não sei se faz alguma diferença dizer me angustio em pensar no quanto pode ter precisado de mim em todo esse tempo no qual não temos nos falado, se também desejou ter com quem conversar e eu não estive lá, falhei com você, sei disso.
Ainda sou nova nessa coisa de respeitar a individualidade do outro, não sei qual o momento certo de recuar/avançar; devo ter cometido milhões de erros e, apesar de nunca tentar esconder nenhuma de minhas inúmeras debilidades, em algum momento devo ter enfiado os pés pelas mãos pois minha insegurança aumenta na proporção da afeição que sinto causando desastres catastróficos, sempre foi assim. Essa é a parte que lamento a minha falta de competência em ser suficiente pra você.
Por diversas vezes eu quis invadir o seu espaço, não quis te dar espaço nenhum, eu precisava de você por perto mas, de alguma forma sabia que tinha te machucado mesmo que sem intenção e, por isso era minha obrigação respeitar esse seu tempo, te devia isso...
Contei as mais diversas estórias, inventei as mais variadas desculpas pra mim mesma e assim conseguir ter forças para me manter longe... pra te deixar seguir o seu caminho mas, no lugar da despedida você disse apenas um até breve...
Desde então tenho esperado mas, os dias continuam passando e você não volta, parece que nunca mais vai voltar... e eu sinto tanto a sua falta!
Você não vai voltar né? Nada nunca vai ser como era... eu sei... mas ainda estou no aguardo de um novo acordo, preciso saber... se chegou a hora de sofrer as dores do luto, de chorar as lágrimas do adeus; se agora for a hora de guardar com carinho tudo que foi bom e continuar tentando aceitar que as vezes a nossa cabeça dá uma dimensão diferente pras coisas do que elas realmente tem eu prometo ser forte e não borrar a maquiagem na frente de ninguém.
Se fecho os olhos ainda posso sentir a leveza de espírito que senti ao caminharmos no parque pela primeira vez, as risadas e até a seriedade serena enquanto por mais de uma vez conversamos sobre tudo e sobre nada, o abraço de alento e segurança, a palavra certa e o silêncio no momento necessário. Escrevo-te para que haja registro da relevância da nossa amizade mesmo quando aqui não mais estivermos.
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