quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Aparências

O que será que mudou? De fato muita coisa mesmo mudou  mas, recentemente algo que até então vinha sendo ignorado veio à tona com uma realidade incômoda;  Onde será, em que momento da vida as relações  interpessoais se tornaram mais "frias", superficiais? 
Nada mais parece fazer sentido nesse quesito. O que  será que está faltando em nosso convívio social? 
Tenho a nítida impressão de que, os relacionamentos  atuais tem se baseado apenas em interesses pessoais e,  até os antigos estão se enquadrando nesse "novo  padrão". 
Uma coisa é você precisar de algum conhecido como  profissional que ele é em alguma área, outra coisa bem  diferente é você se aproximar, se fazer de amigo para  poder pedir favores mais tarde, mais à vontade. 
O que é interessante é que parece haver uma questão  exploratória aí; Se você pede um favor pontual é  considerado interesseiro, quando na realidade o  oportunista é aquele sanguessuga que se faz de amigo  para sugar melhor. 
Aparentemente o amor própriamente dito, tem se tornado  apenas um substantivo literalmente comum. As relações  tem sido sinonimo de benefícios; o que eu posso ganhar  interagindo com determinada pessoa? 
Há uma disparidade aí, pessoas sinceras perdem valor  aos olhos de quem gosta de ser bajulado e não consegue  ver nesse, relação de codependencia. Você massageia  meu ego e eu te ofereço o que quer. Quando isso não  acontece, imediatamente a pessoa é deixada de lado por  não atender as expectativas. 
Até que ponto é saudável estar cercado de pessoas que  falam apenas o que você gosta de ouvir e não o que  você precisa? Porque muitas vezes o que você precisa  ouvir não é nem perto do que você gostaria; o verdadeiro afeto demanda muitas vezes ir de  encontro as suas convicções, impelir você fazer o que é certo invés do confortável. 
É difícil aceitar essa visão de mundo diferente. Os  paradigmas atuais disseminados pela sociedade procedem da idéia de que, quem tem competência, valor e experiência é sempre o que tem melhor relação interpessoal, quando na verdade eles não estão necessáriamente ligados, pelo contrário, mostra-se cada vez mais comum pessoas sem competência alguma recebendo mérito apenas por ter uma boa convivência.

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