É tão perfeito! Ele olha por entre a cortina para a árvore cujas folhas em seus galhos abundantes balançam saudáveis ao embalo do vento... e admira a perfeição da criação. Lembra de quão fascinantes são as paisagens que o deixam atordoado, seja na cidade ou fora dela... a sintonia natural das coisas são simplesmente inacreditáveis! O ser humano, ao contrário do que muitos gostam de dizer, compõe de forma magistral essa sinfonia... com esse jeito desafinado, com essa cadência descompassada, com esse jeito gracioso de enfiar os pés pelas mãos o tempo todo, como uma criança aprendendo a dar os primeiros passos... sim! o ser humano compõe maravilhosamente essa peça!
É uma droga viver - ele pensa - mas, que maravilha é poder estar vivo! - ele sorri.
Uma experiência de dor de sofrimento, que nos tira o chão... nos faz questionar o tempo todo quem somos, pra onde vamos e pra que servimos afinal? E é completamente equilibrada quando nos deparamos com um sorriso de gratidão, o abraço de uma criança, uma gentileza inesperada, um ato de amor... Permanecemos sem resposta mas, conseguimos força para continuar caminhando até a próxima crise existencial.
É uma droga viver - ele pensa - mas, que maravilha é poder estar vivo! - ele sorri.
Uma experiência de dor de sofrimento, que nos tira o chão... nos faz questionar o tempo todo quem somos, pra onde vamos e pra que servimos afinal? E é completamente equilibrada quando nos deparamos com um sorriso de gratidão, o abraço de uma criança, uma gentileza inesperada, um ato de amor... Permanecemos sem resposta mas, conseguimos força para continuar caminhando até a próxima crise existencial.
A cortina balança mais um pouco e, com o movimento ele se distrai... suspira cansado... não sabe o que sentir e nem o que fazer... mais uma vez se sente perdido.
É uma droga viver - ele pensa novamente - mas, que interessante é poder estar vivo! - ele conclui tristemente.
Seres imortais que perderam a imortalidade e foram obrigados a lidar com isso e, mesmo após milhares de anos ainda não conseguiram se adaptar à nova condição... física ou domiciliar. Vivem como forasteiros entre os demais, percebem-se deslocados, perdidos, sozinhos... Sentem e pensam diferente, estão mas não são, vivem mas não gostariam e nesse meio tempo tentam apreciar e aproveitar a passagem como podem.
Seres imortais que perderam a imortalidade e foram obrigados a lidar com isso e, mesmo após milhares de anos ainda não conseguiram se adaptar à nova condição... física ou domiciliar. Vivem como forasteiros entre os demais, percebem-se deslocados, perdidos, sozinhos... Sentem e pensam diferente, estão mas não são, vivem mas não gostariam e nesse meio tempo tentam apreciar e aproveitar a passagem como podem.
Será que faz algum sentido? - ele se pergunta - Nada tem feito nenhum sentido já há algum tempo mas, desde o momento em que finalmente conseguiu parar de lutar contra si mesmo, a resposta não tem interessado tanto. Apenas tem tentando aprender a lição à que foi submetido aprender... Afinal, se existe alguma vantagem em sofrer no paraíso temos que usar isso à nosso favor.
Olha mais uma vez para fora e observa o dia lentamente se despedir, os raios de sol aos poucos vão ficando em tons laranja... que cenário divino se desenha!... Ao som de uma batida envolvente ao fundo, seu cérebro embalado pelas doces notas tenta se convencer que, basta um dia de cada vez, que quem viver verá, que talvez um dia seu esforço para permanecer seja recompensado de alguma forma... quem sabe ele consiga chegar onde poucos chegam e descobrir...