terça-feira, 22 de novembro de 2016

Melancolia

Dia após dia ele luta pra se manter de pé, se esforça pra permanecer vivo, procura se utilizar de todos os recursos possíveis que possam auxilia-lo. Mas, algo ainda está errado; nas últimas semanas todas as suas relações se tornaram superficiais, é como se ele estivesse raso, sem assunto, sem ânimo. A única pessoa com quem fala abertamente sobre suas questões passou a achar que não é o suficiente. Isso o faz sentir tão cansado... Nessa hora se sente fortemente impelido à desistir. Só quer deitar-se à beira do caminho e esperar pela morte.
Olha em volta e vê tudo fora do lugar; passa semanas com os olhos semiabertos tentando não enxergar a bagunça mas, alguém (mais uma vez) simplesmente se acha no direito de exigir que ele tome consciência de sua miséria e insignificância. 
Não aguenta mais as cobranças, não é responsável pelo que acontece quando as pessoas acham que o conhecem; criam expectativas com base em suas próprias conclusões, ignorando o fato de que todo mundo muda. Se ele sentir à vontade pra conversar o fará, cabe à quem ouve captar a informação. Não, não dá pra viver dando seu melhor (que embora não seja lá grande coisa) pra alguém que não acha isso suficiente. 
As vezes procuramos uma montanha, algo que nos salte aos olhos, esquecendo que são feitas de pequenas pedras. Quantas situações não passamos onde o que provocava sofrimento no outro nos era insignificante a ponto de passar despercebido? Só porque não nos incomoda algumas coisas, não significa que alguém não de à isso o máximo valor e, não necessariamente deve fazer uma explanação sobre cada sentimento. Se queremos de fato fazer o outro feliz, porque não ouvir o que ele diz? Ceder-lhe um espaço e tempo dentro da rotina dos dias? 
É esquisito quando pensamos que algo está bem e, de repente descobre que não está, percebe que além de não ser suficiente pra sociedade também não o é pra o outro. Se dá conta de que, ao contrário do que imaginou, não está fazendo ninguém feliz. Nessa hora se sente impelido fortemente à desistir. Só quer deitar-se à beira do caminho e esperar pela morte. 

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