Quantas vezes por não compreender as situações enfrentadas pelo próximo além de não ajudar ainda atrapalhamos? E pior, de propósito. Nem sempre estamos em condições psicológicas e emocionais suficientes para dar o suporte necessário mas, se não pudermos fazer isso temos o dever de não interferir. Quando alguém está numa forte batalha não podemos nós ser o motivo de uma guerra perdida.
Aprender que o próximo tem uma realidade interior que pode diferir da sua e respeitar isso, é o princípio para uma convivência pacífica... plena! Não é sobre arrumar desculpas prontas, é sobre dar ao outro o benefício da dúvida... é sobre não fazer julgamentos... nunca!
Num dia qualquer... um sorriso, um abraço, um gesto que simbolize um "eu me importo" pode ser a razão para o outro continuar em frente; do mesmo modo a rudeza, a inveja, a fofoca e a ignorância podem minar a esperança de todos à volta e contaminar mais rápido que a capacidade de reparação, que costuma ser lenta e deve ser precisa.
Em determinado momento, podemos sentir exaustos de se doar pois o fluxo de retorno parece escasso; a memória das pessoas representa ser tão curta... esquecem fácil das coisas boas que experienciaram, das gentilezas que receberam, dos gestos de carinho e demonstrações de importância que receberam... sim, o esgotamento é inevitável; Mas aí entra em cena a sabedoria de um velho mestre que há tempos já orientava "não vos canseis de fazer o bem" (2Ts 3:13), se permitirmos que a nossa fé se abale pela ingratidão e pelas investidas maldosas, nos tornaremos apenas mais um doente qualquer jogado na sarjeta da vida... implorando por carinho, querendo atenção, esperando um amor que não pode ser dado por quem não o tem.
No fim todos nós temos feridas causadas pela caminhada, todos lidamos com situações que nos desafiam a cada dia à evolução e, quem pode dizer que mudanças profundas não são profundamente doloridas? Quem pode calçar os sapatos do outro sem as responsabilidades de ser?
Ninguém é melhor que ninguém e, se alguém se sente assim deve ser considerado o mais miserável dos seres. Superioridade é naturalmente concedida ao homem que, sábio tem ciência de sua insignificância e da brevidade de sua existência.
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