Como falar em amor e não se ver preso em uma sessão infinda de nostalgia? Em um momento inesperado, sem nenhuma razão aparente... um som, uma brisa... as vezes um sorriso ou até mesmo uma lágrima trazem à tona momentos deveras significativos. Imediatamente as recordações das pessoas que fizeram diferença e marcaram sua vida invadem a mente fazendo com que o coração seja tomado por um profundo carinho e desconsolação. Ser obrigado a aceitar que tudo tem seu tempo.. aceitar que as pessoas também tem seu tempo como todo o resto. Infelizmente, saber que que devemos esperar menos das pessoas não diminui a frustração do sentimento não recíproco.
Nos apegamos à como o outro nos faz sentir, criamos um modelo ideal e perfeito de relacionamento humano e nos vemos frustrados quando nos deparamos brutal realidade... de que o outro pode não sentir igual, de que existem vias de mão única... de que o carinho pode não ter a mesma intensidade... de que pode não haver amor... nem reciprocidade.
Vem à tona cada palavra de incentivo, cada desabafo cansado, o silêncio compartilhado, as risadas por motivo algum... momentos finitos que parecem ter sido feitos apenas para ser guardados na memória. Olhar ao redor e se ver sozinho já não é mais uma surpresa, é somente a constatação de um ciclo sem fim... ser deixado de lado quando por algum motivo não possui mais utilidade é o que fazemos com as coisas pelas quais não desenvolvemos afeição verdadeira, não é isso?
A tristeza insiste em querer roubar a cena da gratidão pela existência dos bons momentos, mas ela é refutada com a ajuda da razão. Não que isso sempre seja possível, não que fique mais fácil lidar com a decepção de que "as mais belas pessoas são aquelas que não conhecemos bem"... não que faça alguma diferença lidar com a dor de perder alguém que você amou ou descobrir que nunca foi realmente amado de volta mas, a pureza do que se sentiu não deve se perder jamais.
Numa fase de aparentes finais e recomeços, é normal o lamento por todos que a vida levou; devemos nos permitir sofrer a dor do luto por aqueles que infelizmente não estão mais partilhando conosco a caminhada. Mas, como em uma guerra perde-se vários amigos durante a batalha... vencer se torna uma questão de honra, para fazer valer a pena toda a dor e sacrifícios que a vida impôs. Devemos procurar entender que tudo tem seu porque e aceitar que esse mesmo caminho tem curvas, quem sabe numa dessas os caminhos não voltem a se cruzar em novo capítulo?
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