Olho para o caminho já percorrido e não consigo distinguir as pegadas... em certos momentos não percebo se ando ou rastejo... se me esforço para flagrar o instante em que se desenham na areia ainda assim não diviso os passos, caminho ou sou carregada?
É curioso muitos de nós passam a vida a lutar contra si mesmos, contra quem são, quem se tornam mas, não percebem que parar de lutar talvez seja a chave. Ouso crer que, 'se descobrir' é o desafio para a felicidade, para a paz e para o equilíbrio; ele não pode e não deve ser abandonado.
Digo desafio porque passamos a existência numa cruzada interna, travamos uma guerra em nosso mundo particular e como se não fosse o bastante usamos nossas crenças limitantes para invadir as divisas vizinhas e causar severas devastações, quando na realidade a causa raiz está em nós mesmos.
Projetamos nos outros as nossas insuficiências e temos uma dificuldade extrema em admitir fracassos e principalmente praticar o auto acolhimento.
Quando nos sentimos sós, abandonados, com medo, inseguros... ou até auto-confiantes demais, eufóricos, ansiosos... tudo isso denota algo a ser trabalho mas, nunca é um ponto primordialmente externo, geralmente remete à um ponto interno que pode ser trabalho e deve ser melhorado. Não sabemos o que vai acontecer mas, podemos estar psicologicamente preparados para reagir as situações, e isso só vai se dar quando pararmos de travar as nossas batalhas projetando culpa no outro e transferindo a responsabilidade do nossos atos. Quando atribuímos conscientemente culpa a outra pessoa por algo que sabemos ser nossa responsabilidade perdemos, a chance de aprender com o erro, de amadurecer, de evoluir.
É doloroso admitir que errou, contudo essa dor é momentânea, porém a agonia de passar anos batendo na mesma tecla sofrendo pelo mesmo motivo pois não teve coragem de se permitir sofrer uma única vez intensamente é muito pior (graças à Deus eu não saberia dizer quanto). Na ânsia de se proteger vivem um inferno na terra, se auto-infligindo sofrimento dia após dia pois não se permitem evoluir.
Não corra para longe de você mesmo projetando sonhos loucos que não condizem com o que há em seu coração, pare, respire, se ouça, silencie tudo à volta e volte! Para si! Para aquela criança que apenas desejava ser feliz e escute o que ela tem a dizer, e acima de tudo, faça planos com ela sobre o futuro... sobre como vocês podem trabalhar juntas. Enquanto há tempo há chance de fazer algo novo ou retomar algo deixado de lado, basta querer!
Quanto mais conheço, me liberto, me rendo, confio... E desafio é constante, há sempre uma insegurança a ser vencida, um medo a ser trabalhado... Mas não faz diferença pois não estou sozinha, nunca estive... caminho ou sou carregada?
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