sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Timeless

Se eu me perguntasse ontem de manhã qual o meu bem mais valioso e, levando em consideração que nada é nosso de fato nessa vida, com certeza a resposta seria diferente da que tenho agora. Talvez se me perguntarem amanhã a noção não seja a mesma, mas espero sinceramente cada vez mais assimilar essa lição e que ela possa um dia ser constante na minha vida.
Bom dia, o sol nasceu... de repente já é noite e, num piscar de olhos passaram-se os anos... e as festas de família, as amizades, os momentos, os sorrisos, os abraços, as cócegas... e enquanto nos enganávamos dizendo pra nós mesmos um sem número de mentiras, deixamos para trás um vazio... de pais ausentes, de amigos distantes, cenhos franzidos, rugas precoces, atitudes insensíveis...
Muitos de nós somos forçados todos os dias, em função de quem amamos, a dispor desse bem valiosíssimo numa troca injusta e abusiva porém necessária. Nos submetemos diariamente à uma rotina extenuante que aos poucos drena toda a vitalidade e a qualidade da nossa existência e dos nossos; ao passo que em dado momento nos percebemos que nesse ritmo terminaremos sem uma coisa nem outra.
Seria a dádiva de desfrutar desse inestimável bem reservada apenas à alguns poucos? Como se o destino da massa já estivesse selado pois, quando não o tem está a correr atras dele e quando alcança não sabe como usá-lo.
Então me pergunto... Se há alguma probabilidade, ainda que mínima de reversão desse cenário que já parece pré-definido.
O que definitivamente parece ter sido feito para durar eternamente foi o sofrimento da humanidade, que se auto-flagela em sua ignorância sem fim sem conseguir evoluir suficientemente nem para aproveitar sua passagem por essa vida. Como poderíamos então nos tornar melhores? 
Quando começo seriamente a duvidar de nossa capacidade percebo, que apesar de todas as nossas fragilidades, como na ampulheta, temos um ainda que estreito espaço de tempo em que podemos agir para tentar modificar esse cenário pavoroso. O ontem já passou e o que devemos fazer é aprender com ele, tirar o máximo de lições quanto possível; o amanhã não nos pertence, não nos cabe viver lá, até porque ele pode não chegar... fazer planos é diferente... é como deixar um rota traçada no GPS; o único tempo que dispomos para executar, para mudar, para ser um agente de mudança em nossas própria vidas é o agora... é enquanto a areia é passando pelo centro.
Ainda que os piores dias venham e a esperança pareça sufocar, devemos continuar pois melhores coisas reservadas se referem ao tempo e, só quem aprende a dar valor real a ele poderá desfrutar das sua beneficies. Ouso pensar que talvez só quem descobrir como trabalhar corretamente o tempo poderá no futuro viver sem suas limitações.

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