Sua respiração descompassada denunciava sua excitação, havia tempo que não sentia nada parecido e, talvez nunca o tivesse sentido nessa intensidade. Fechava os olhos tentando desesperadamente captar ao máximo aquela energia tão forte e inexplicável.
Na proporção de dois ou três respiros pesados para uma inspirada longa e demorada, sua pulsação não acompanhava o mesmo ritmo. O sangue era bombeado rápido pelas veias e a adrenalina liberada em doses tão fortes que a fazia se sentir mais viva do que nunca. Definitivamente jamais tinha vivido nada semelhante. Hesitava soltar o ar, acordar de súbito e perceber que tudo não passava de uma alucinação.
Já o tinha visto antes mas, nada indicava que uma simples conversa e uma brincadeira a levariam a experienciar um estado de torpor como aquele...
O seu simples toque era como uma descarga de energia equivalente à um raio em dia de tempestade. Por alguns instantes fazia com que esquecesse que devia respirar e então, como que desperta por um choque, ele a tocava novamente e o ciclo reiniciava.
Inexplicavelmente eram um só! Sob a mesma energia, compartilhando a mesma experiência mágica, sendo consumidos pela intensidade que o momento proporcionava.
A música inundava o ambiente e fazia ficar sublime o que já era perfeito, como se isso fosse possível.
Timidamente ele acariciava seus cabelos e ela ainda hipnotizada, procurava assimilar cada detalhe antes toca-lo de volta e receber uma nova descarga de adrenalina. A energia que fluía entre os dois era sem dúvida alguma, transcendental.
Numa sintonia que só acontece uma vez na vida se olharam e, quando o fizeram, de seus olhos saíram faíscas que mostravam explicitamente a intensidade daquele momento, do desejo que os envolvia.
Naquele dia... naquele instante... abriu-se uma fenda no tempo e o que eram apenas minutos se transformaram em uma descoberta de valor inestimável que atravessará como pulso magnético o espaço cósmico conhecido e atingirá o que nunca antes foi visto. Ficará gravado na eternidade e sim, outros poderão experimentar algo semelhante mas, jamais equivalente.
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