Num dia qualquer você se dá conta que o tempo passou... tão rápido que você cresceu, tomou responsabilidades (ou não!), guardou muito de si, outras coisas deixou, adicionou coisas novas... E hoje, Quando se vê refletido no espelho, a criança em você sorri ou chora? As escolhas que fez, te deixaram mais perto ou mais distante da redenção do que quando começou essa caminhada?
Aceitar que alguns momentos não foram feitos para durar não ameniza a dor dessa realidade, aceitar que a missão de algumas das pessoas que mais aprendemos a amar é passar e não ficar, também não. É como conviver com um espinho na carne, talvez esse seja o meu.
Aprender a lidar com as lacunas que ficam quando alguém sai da nossa vida, tem parecido uma tarefa um tanto árdua. Começo a achar que todo propósito está ligado a um sacrifício. Somos conectados espiritualmente a outros seres em determinados momentos da vida para completar uns aos outros e acrescer, aí está o propósito... quando a missão está completa, a lição aprendida e a energia equilibrada para que ambos continuem sua viagem há a desconexão, aí está o sacrifício.
Pessoas vem, vão, mudam... significam... E o fato de continuarem significando pra você não as impede de seguirem seu caminho; nem deveria, mas nesse segundo de egoísmo esperamos que ao menos em algum momento também sejamos lembrados.
Talvez a coisa mais difícil com a qual tenhamos que lidar seja com aquelas situações em que não há despedida. O vazio que fica abre espaço para sentimentos tão fortes de perda que nos deixam vulneráveis. Alguém devia proibi-los de ir embora sem dizer Adeus!
Por muitas vezes quando estamos feridos, como feras acuadas queremos machucar os outros para quem alguém partilhe a nossa dor, o nosso sofrimento. Nesse gesto instintivo de auto defesa, ao menor indício de perigo ou simplesmente para canalizar a própria angústia vociferamos o quanto somos bons e autossuficientes, bradamos a plenos pulmões as fragilidades do outro e, num jogo desleal e injusto, numa tentativa desesperada e ilógica de criar alguma empatia devastamos tudo que há pela frente. Falamos alto para tentar calar as vozes dentro de nós mesmos que insistem em dizer que algo está errado e, por esse motivo pessoas são magoadas por vezes causando danos irreparáveis.
Quando adquirimos de fato a capacidade de perdoar então poderemos ser perdoados; E mesmo quando não tínhamos consciência, ao tomar ciência se tivermos coragem de nos colocar em posição de humildade ante aquele a quem fizemos mal poderemos obter alguma paz.
Difícil compreender o que é o tormento de uma alma esgotada em busca de remição... quantas vidas serão necessárias para se alcançar a plenitude? Ao que parece ela só vem através de sabedoria, e a sabedoria com a experiência... muito dessa segunda, que produz a primeira, só vem através de sofrimento. Isso porque aprender e se deixar moldar pelo que de fato a vida tem pra nos ensinar só conseguimos a duras penas.
Compreender e aceitar não são parentes tão próximas quanto pensamos, mas podem trabalhar bem juntas quando nos resignamos a aceitar que existem muitos mais caminhos do que podemos supor e que, os espaços que julgamos vazios na verdade são campos arados para o próximo plantio.
Olá! Muito obrigada por seu comentário no meu blog! Tinha bastante tempo que não postava nada, então vc nem deve se lembra que passou por la :)
ResponderExcluirDe qualquer forma, vim aqui te agradecer e dizer que voltei com minhas postagens, então, caso queira conhecer um pouco mais do meu trabalho, dá uma passada lá!
Bjs Tatá
...Quando percebemos que a pessoa refletida no espelho, embora tenha as mesmas lembranças, nos parece, as vezes, um tanto estranha.... "Em que momento, o eu, deixou de ser eu, para ser este aí refletido?... Porque ao recordar de momentos passados, as vezes, me vejo na terceira pessoa?".... não, não é alzheimer, srsrsr... A verdade, é que a nossa linha do tempo, está mais longa, e tudo o que nela foi inserido, colaborou para a formação desse, que hoje aparece, refletido, o resultado de uma constante construção de nós mesmos, e naturalmente elencamos as lembranças mais marcantes, as quais ficam em evidência, como se fossem ícones. O fato, é que estas lacunas, estarão sempre lá, em nossas lembranças, as vezes, até em pastas ocultas, e a prova disso é a falta que sentimos, as vezes sem mesmo saber do quê... pessoas, lugares, momentos, sentimentos, sabores, em geral prazeres da vida, mas até de momentos ruins, pois também colaboraram para o resultado do eu de hoje... sou seu fã maninha...
ResponderExcluir