sábado, 13 de agosto de 2016

Aceitação

Pra que se preocupar em ser igual a todo mundo quando de fato tudo que se quer é ser diferente? Quando já se é, parte-se do princípio que o diferente é ruim, anormal ou corrompe princípios morais da sociedade.
Mas o que sabe a sociedade sobre o indivíduo? Com que direito ditam o certo e errado, santo e profano?
Com o dedo em riste alardeiam o que consideram ser nossas falhas aos quatro ventos, expondo o ato de pensar fora do cubo como se fosse um grave erro.
Então, por que diabos, insistimos tanto em nos esforçar, em lutar pra se enquadrar nesses moldes? Passamos uma vida de abnegação, negando quem somos, o que queremos, privando-nos da liberdade pra manter uma imagem necessária, acima de qualquer suspeita, um padrão que mina qualquer indício de auto aceitação.
Será que a multidão de diferentes que se escondem sob as capas invisíveis que mascaram o que a sociedade quer ver é realmente feliz consigo mesma ou se martiriza todos os dias para sufocar sua verdadeira essência?
É uma constante ver pessoas em relacionamentos que podem ser definidos tranquilamente como relação de parasita X hospedeiro e, é exatamente isso o que a sociedade faz conosco, invade nossa privacidade, tira nossa paz interior e nos faz pensar sermos os piores seres já existentes.
Talvez uma das tarefas mais difíceis seja reconhecer outro diferente nessa multidão de iguais, insípidos e entediantes cidadãos do mundo; quando por um acaso do destino isso acontece não devemos deixar ir, temos que nos manter por perto, formar uma resistência, como insurgentes que se negam a aceitar uma vida pré-moldada, pensada pela consciência global.
Chegar a esse ponto de pensamento é quase tão difícil quanto se libertar das amarras sociais que colocam sob nossos ombros um fardo demais para ser carregado, uma culpa injusta por ousar questionar o sistema e pensar; a partir daí se permitir e entender que, o disfarce ainda é necessário porém não o faz mais refém.
Quantas pessoas já cansadas de lutar contra elas mesmas, num momento de profundo desespero não puseram fim a própria vida? E quem pode julgar o outro por ter desistido?
Ninguém tem o direito e a nada nem ninguém devemos dar o poder de definir quem somos afinal, quem é John Galt? A única afirmação que podemos fazer com certeza é a de que a vida é curta demais para passemos por ela sem viver realmente, sem conhecer a si mesmo, sem se permitir ser feliz ou ir em busca da felicidade plena.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Em busca do sentido

Nada além do vazio escuro sob seus pés, nada além da angústia que domina seu corpo, nada além dos pensamentos que insistem em permear a sua mente mas, que nada dizem ou representam.
Se movimenta sem ter consciência de destino porém, desconhece o perigo e ignora o fato de que todas as outras pessoas estão indo na direção oposta. Enfrenta com bravura as provações à que é submetido em busca de algo que só ele Vê.
Por muitas vezes tem a si mesmo como quem ao nadar ferozmente contra a correnteza aos poucos vai perdendo a vontade de continuar; não pela força da água que insiste em seguir seu fluxo mas, pela margem que se distancia a cada braçada e é envolvida pela névoa. Com o passar do tempo já não conseguindo divisar a costa, sente profundamente que em algum ponto vai poder distinguir onde está e para onde deve ir porém, a razão deixa claro que é uma ilusão. 
A partir do momento em que se vê em mar aberto, acaba por ter mais momentos de calmaria, esses lhe proporcionam refletir sobre o sentido da vida, afinal qual nexo há se a função do ser humano se resume em nascer, crescer, reproduzir e morrer? Sente uma certeza irritante de que há algo além disso. Tem que haver!
E o que fazer com esse sentimento que não é possível definir mas, que é tão latente que quase chega a ser palpável porém mais ninguém parece enxergar?
A distância de tudo e todos se torna cada dia mais real.
A única certeza que carrega consigo é a de que embora saiba jogar, esse jogo não lhe pertence.
Enquanto luta para não se afogar em meio a tantos questionamentos, sufoca no peito um misto de medo e desespero por não ter o controle absoluto sobre os fatores que norteiam sua vida. 
É constantemente inundado pela angústia do dever moral imposto pela sociedade e das exigências éticas sob as quais foi doutrinado. De dia os raios do sol dão um vislumbre de esperança mas, quando a noite vem e, traz com ela as grandes tempestades, é levado a novamente a questionar... seus medos... suas verdades... suas certezas...

Nada além do vazio escuro sob seus pés, nada além da angústia que domina seu corpo, nada além dos pensamentos que insistem em permear a sua mente mas, que nada dizem ou representam.


sábado, 23 de abril de 2016

Devaneios

Curioso ver quem tanta coisa que outrora foi importante, já não fazer sentido; ler textos nos quais as linhas foram escritas em sofrimento agora parecerem tão desconexas...como palavras soltas, dispersas em um papel manchado...
Será que, no futuro ao reler estas linhas vou sentir o que sinto hoje? Parece que, tudo está em código, é como se precisasse entrar em perfeita sintonia para poder chegar à compreensão. 
Pensar a respeito traz à tona um misto de alegria por ter ter passado e vencido tantas batalhas e, de embaraço talvez, por ter externado sentimentos que, provavelmente só tinham coerência em determinado momento e, para indivíduos bem específicos.
Quem sabe eu devesse recomendar as músicas que embalam minha mente a cada publicação a serem ouvidas enquanto se lê (rs). É possível que, nada faça de fato sentido e, certamente minhas locuções nunca farão diferença para os demais mortais, a não ser pra mim; se bem que, por hora isso é suficiente.




quarta-feira, 6 de abril de 2016

Apenas saudade

Uma rua... uma curva... uma casa... uma infância... algumas árvores... algumas frutas... alguns livros... escola... amigos... aulas de alemão... aulas de informática... aulas de natação... laboratório de ciências... brincadeiras no pátio... merenda... lanche... brigas no pátio... uma descida... várias risadas... campainhas apertadas... conversas na pracinha... o cocker do vizinho... a irmã deficiente do outro vizinho... o catador de latinhas... o dono da Brasília... a amiga apaixonada por BSB... a senhora que não saía da janela... o senhor que colecionava carros antigos... o inquilino da casa próxima... a bicicleta... brincadeiras no jardim... um sorriso faltando um dente... uma vó doente...um sorriso inocente... uma vó paciente...o campinho... banhos de rio... a perda do primeiro cachorro... a separação... a mudança repentina... a perda da avó... a perda da outra avó... vazio... mais mudança... café as cinco da manhã... mangacurta... Junior... igreja... panificadora... mais mudanças... troca de escola... a perda da formatura... uma nova amiga... curso... cachorro quente... um emprego... novas mudanças... a vida não para! Basta fechar os olhos para poder ver, reviver, quase tocar as cenas... estar com algumas pessoas... é como se por alguns segundos lhe fosse concedido a dádiva de voltar como espectador ao passado, como um sonho em primeira pessoa. Por um instante pode-se olhar para o que ficou e, sim, sentir novamente! Sentir como se nada tivesse mudado! 
A criança que fomos um dia ainda existe e, quando paramos para olhar atentamente, ela nos olha de volta num reconhecimento mútuo que transcende o descritível. Aquela alma inocente está em algum lugar escondida dentro de nós depois de tanto ser ignorada, de tanto apanhar da vida.
Quanta pureza há na infância! Quanta simplicidade há! Quão sinceras são as crianças e, nunca saberemos a totalidade do que podemos aprender com elas; vou além, diria que só seremos completamente evoluídos quando conseguimos enxergar quem de fato somos, nossa essência pura e simples, uma essência de amor.



O passado não reconhece o seu lugar: está sempre tentando fazer-se presente
(Adaptação de trecho do Mario Quintana)

terça-feira, 8 de março de 2016

Perseverança

A vida tem uma dinâmica que é mesmo interessante! Em momentos tudo vai bem aparentemente e, no minuto seguinte algo acontece e te leva a knockout.
Situações cotidianas que põe em xeque crenças, confiança, convicções.
Acredito que lidar com esses reveses é o que há de mais difícil na arte de viver. Saber levantar após cada pancada, prosseguir mesmo que ferido, ignorar sua própria dor enquanto ajuda o próximo, continuar caminhando ainda que com os pés calejados.
Muitas vezes na ânsia de amparar outro viajante durante a jornada acabamos por interferir em algo que não nos compete mas, isso não nos faz menores, pelo contrário demonstra o tamanho da bondade a ser trabalhada. Ao não querer ser ajudados não podemos desprezar a atitude de quem, por alguns momentos deixou de lado sua batalha pessoal para nos dar assistência.
Tudo depende da visão que se tem sobre a missão, muitas vezes não sabemos qual ela é de fato mas, sentimos profundamente o chamado. Lidar com a vida como se fosse fases de jogo, nos faz saber que, a cada fase concluída o desafio é maior porém, devemos joga-lo de modo à chegar ao seu fim com honras. Perseverar no propósito nos mantém firmes na jornada rumo ao objetivo final: a vitória!
Há visões diferenciadas sobre 'vencer na vida' porém quero acreditar que o êxito está em dominar a si mesmo, controlar impulsos, superar traumas, sujeitar medos, abster-se de preconceitos, enfim renunciar quem você é, em prol da pessoa que pode se tornar, basta se permitir.
Encarar as ondas como aprendizado constante é bem complicado no inicio e, não devemos esperar que melhore, devemos apenas aprender a cada dia para que, no próximo estejamos no mínimo preparados...quer seja para mar sereno quer seja para tormenta. A fé é o farol que nos guia!



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Gratidão II

Quando eu precisei você estava lá, não impediu que as lágrimas caíssem mas, segurou a minha mão o tempo todo. Quando te pedi ajuda, quebrou meu coração mas, quando estava madura suficiente pude ver como me livrou de algo que estragaria minha vida inteira. Quando pedi direção, não ganhei um mapa pronto mas, fui direcionada em cada passo.Quando sofri, senti Seu abraço. Quando desesperada me senti só, confortou meu coração. Quando quis desistir, me mostrou como eu tinha motivos de sobra pra continuar. Quando meus pés já cansados não tinham mais condições, me carregou no colo. 
Sempre me responde, me permite questionar. Sempre está comigo, nunca me deixa sozinha. Sempre me ama, não importa o que eu faça. Sempre me entende, me conhece melhor que eu mesma. Sempre me dá o que eu preciso, mesmo que as vezes não seja o que eu queira.
Tudo porque temos um relacionamento independente de religiões, livre conceitos impostos por quem quer que seja, isento de obrigações pensadas pelas pessoas à minha volta; é verdadeiro, espontâneo, natural; somos amigos, somos Pai e filha, somos confidentes e eu Te admiro imensamente. És meu exemplo, meu mestre, meu conselheiro.
É por isso que, em tudo tenho, tudo que consigo conquistar, vejo a Sua mão, sinto o Seu apoio e ultimamente tem sido tão intenso o processo de aprendizagem que já posso reconhecer nitidamente Seu agir, e aceitar Seus milagres em minha vida, não tem como não ser grata, não tem como não estar apaixonada!
Sempre que penso em tudo que já passamos juntos, cada fase, cada renascimento, cada nova tentativa, cada dificuldade superada, cada limite ultrapassado... a cada passo no caminho da evolução... em Sua direção... me faz saber que És tudo que tenho e que sem você e não teria nada de todo o resto.
Como sou grata por poder enxergar/ser o Seu milagre, o Seu amor, você!



A fé não é algo para se entender, é um estado para se transformar.

Mahatma Gandhi



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Contemplação

Como olhar em volta, até onde os olhos podem alcançar e não sentir a energia que emana de toda a criação? Como não ficar admirado e perplexo com a harmonia completa que rege este universo? 
Como não ser contagiado pela perfeita disposição das coisas e ser envolvido pela intensidade da força pela qual estamos cercados? 
É tudo tão magistralmente orquestrado, tão maravilhosamente equilibrado. A genialidade do Criador se mostra em cada detalhe, a centelha d'Ele minuciosamente onipresente... a origem de todas as coisas.
Pode-se ver claramente um ciclo primoroso de aprendizado, etapas impecáveis que nos conduzem por um caminho sublime de transformação e desenvolvimento até alcançar um estado de plenitude da alma (que muitos chamariam de nirvana).
Se por alguns momentos esporádicos pudéssemos parar nossa correria do dia-a-dia e nos demorar por um instante observando a natureza, o ser humano e seus hábitos poderíamos tirar daí lições que nos ganhariam tempo e nos poupariam sofrimento. Por vezes, aceitar o que nos está proposto e se manter firme no propósito requer muito mais além de lutar,  demanda entrega, exige-se que saiba confiar no "Desconhecido", que se aprenda a arte da fé porque, por muitas vezes é só ela que terá; por fim saberá que a fé é o que nos mantém. Eu diria além, diria que a fé é a base sob a qual o amor está construído!



segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A prática da fé

A chuva recomeça a cair lá fora e, o som dela me leva a perceber que uma das coisas que tenho sentido muito nessa fase da vida é que, esperar dói e desenvolver a arte da paciência é excruciante. 
Ver que, sua sorte está nas mãos de outra pessoa, que você tem que aguardar e confiar que vai ficar tudo bem. Parece fácil mas, para uma alma inquieta, para um espírito ansioso em uma pessoa de personalidade forte isso gera uma agonia semelhante à de um peixe se debatendo próximo à água porém sem poder alcançá-la.
Angustiante olhar em volta e ver tanto a ser feito, tanta coisa que "depende" de sua ação e ter que aceitar com resignação que não está sob o seu comando.
Não há o que fazer senão observar e isso é extremamente doloroso... exercitar a fé de fato, a confiança, saber que tudo vai acontecer como tem que ser mas, você não pode e não deve fazer nada para interferir.
É um daqueles momentos em que você é confrontado sobre todos seus conceitos, tudo que você acha que sabe e domina porém, no instante seguinte você está começando de novo e se obrigando a rever todas as suas concepções.
Tanto a aprender...já dizia o filósofo "o que ignoramos é um oceano" e, a gota que sabemos pode se evaporar a qualquer momento.
Vai muito além daquela fé primitiva, quase que instintiva, que praticamente todos possuem; estou falando da confiança consciente, racional.
Aprender  a fé em plenitude faz parte da transformação interior, do desenvolvimento da alma; Não só acreditar mas, ter a capacidade de deixar outra pessoa no controle do seu destino.
A verdade é que não existe verdade absoluta, cada um, cada coisa tem sua razão se ser.
Crescer dói, evoluir é uma escalada tão árdua que as vezes aquele "eu" incrédulo questiona se vai valer a pena o esforço e imediatamente se ouve a resposta do outro lado "com certeza valerá a pena e você sabe disso!".
Como é difícil conciliar mente e coração, razão e emoção! As vezes a impressão que serão necessárias ainda muitas vidas para que estejam em perfeita harmonia e então, virá o fim.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Tudo tem sua razão de ser

"A vida é um eco! Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo"
(Fernanda Braga)

Ao mesmo tempo que, é claro que colhemos tudo que plantamos, parece desumano quando temos que admitir que esta colheita é inevitável. Tentar assessorar alguém que está passando por uma fase ruim em virtude disso, só adia algo que deveria ter acontecido há muito tempo: aprendizado.
De que adianta as experiências passadas na vida se não se aprende com elas? Tenho dito à exaustão aqui no blog, sobre como as pessoas preferem permanecer em sua zona de conforto porque sempre tem alguém que vem e estende a mão para "ajudar"; porém a maior ajuda que podemos dar à alguém que está colhendo o que plantou (e se percebe que continua semeando errado!) é deixar que, de uma vez por todas passe o que tem que passar para aprender a lição que a vida tem a ensinar! Assim prosseguir e adquirir a maturidade necessária para não passar por aquilo novamente.
Pode soar frio mas, amor também é dizer não!
Como, por exemplo, ensinar os filhos a lutar por si só pelo que querem, serem independentes, serem pessoas de sucesso; no entanto o maior legado que podemos deixar para eles é a construção de valores que os permitam segurar as rédeas das próprias vidas em suas mãos! Deixar com que lutem suas próprias lutas para então, nos concentrarmos em nossa guerra particular.
De fato, cada um DEVE ser responsável e responsabilizado pelas decisões e atitudes que tomou ou deixou de tomar. 
É obrigação de todos nós adquirir maturidade suficiente para lidar com as consequências dos nossos atos e principalmente omissões!
Tenho dito!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Let’s face it

I never had too much friends in the school, but I can't imagine my life without them. Today the same virtual relationship who make us get together for a few minutes, create a deep separation between us.
For a long time, I thought this personal connection would be forever, but I was wrong.
When there is a small amount of real friends, there is a desire to have somewhat more of them.
The natural order of things, their first friends is his brothers and parents but the reality is disappointing. Live far is worse because everything becomes a virtual relationship, maybe too superficial.
Possibly my sincerity doesn`t help at all in social and family relationships, but why? I don’t be a bad person for this.
I don’t  wanna talk just what they want to hear, I don’t know how to do this and don't want to learn. I only want to accept me as I am and love me anyway.
Always wanted to be the best friend of my sisters and always tried to do the best for them but our relationship has worn, perhaps be the distance and it makes me sad.
It is difficult to accept that all we turned adult with different ideas and ideals, with different objectives. It is difficult to accept the decisions of the other, no matter if it is the family or not. After a while the concept of family subsists only by the feeling of true love, friendship and respect among its members because any other dependency relationship isn’t healthy for the group.

It is almost impossible for people to accept that relations HAVE to change. Nothing should be the same forever. We are constantly changing and why should we treat living differently?