segunda-feira, 5 de setembro de 2016

If tomorrow never comes...

E, se tudo que ele tem fosse tirado de súbito sem o menor indício de aviso prévio? E se um dia ele acordasse pela manhã sem saber que nesse dia perderia tudo que tinha? 
O que faria se tivessem lhe dito que após aquele dia nada mais faria sentido e que todos os planos que projetou virariam apenas fúteis pensamentos ao vento?
Em horas tudo ao que sempre deu valor não passaria de simples lembranças num passado longínquo e sem nexo. As horas de trabalho, o tempo que gastou consigo mesmo, o dinheiro que investiu ou desperdiçou, as noites mal dormidas, os passeios que não realizou, a atenção que não despendeu quando solicitada... todas essas coisas viriam à tona e, como um refluxo forte o faria por pra fora em forma lágrimas, grito e desespero toda a dor de não ter dado a devida importância ao que realmente lhe era relevante.
Se tivessem o advertido de todo sofrimento pelo qual passaria sem nenhuma possibilidade de fazer diferente? Se houvessem proporcionado uma chance será que ele teria agido de outra forma?
Estaria decidido a reorganizar sua escala pessoal de valores e recomeçar do zero num dia qualquer por um motivo que só ele conhece? Seria capaz de ser tão egoísta à ponto de pensar nos demais para preservar a si mesmo? Quantas mudanças estruturais ele realmente estaria disposto a fazer para preservar o que lhe é de mais precioso? 
Sim, no final daquele dia ele iria desejar não ter nascido e imploraria pela morte para não ser obrigado a suportar tamanha dor.
Mas, na noite anterior sem que soubesse como e nem porque, foi em sonho levado à um lugar onde todos essas possibilidades eram uma realidade cruel e definitiva. Acordou suado, chorando em desespero, sentindo a dor de ter visitado um futuro no qual não havia imaginado poder existir; um futuro onde o vazio e a tristeza se misturavam para dar lugar à um buraco negro que sugava todas as suas energias ininterruptamente.
Passou o dia suplicando para que seu sonho tenha sido um alerta e que, de fato nada esteja escrito, nada que ele ainda não tenha tempo de mudar.

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